A Tailândia prendeu o suposto líder de uma rede de tráfico humano nesta segunda-feira, a ação repressiva mais recente contra este tipo de crime, que desencadeou uma crise humanitária nos mares da região.
Os ministros das Relações Exteriores de Tailândia, Malásia e Indonésia irão se reunir em Kuala Lumpur na quarta-feira para discutir como lidar com o tráfico de pessoas. A repressão tem levado criminosos a abandonarem barcos repletos de milhares de imigrantes em vez de se arriscarem a atracar nas praias tailandesas.
Levas de imigrantes de Bangladesh e de muçulmanos rohingya oriundos de Mianmar chegaram às águas de Malásia e Indonésia, e outros milhares de imigrantes continuam à deriva.
Mianmar culpou os países vizinhos que buscam mão de obra barata por incentivar o fluxo de imigrantes ilegais, depois de sofrer pressão para frear a perseguição de muçulmanos, o que incentivou muitos deles a fugir tão somente para se tornarem vítimas dos traficantes de pessoas.
A Polícia Real Tailandesa afirmou suspeitar que Patchuban Angchotipan, ex-autoridade do governo da província de Satun, no sul do país, era o chefe de uma grande rede de tráfico humano. “Na província de Satun ele é um manda-chuva”, disse o chefe da polícia nacional tailandesa, general Somyot Poompanmuang. “Ele é o chefe. Tem muitos subordinados”.
Patchuban, cujo apelido é 'Kor Tong', foi acusado de uma série de violações, incluindo o tráfico humano, o transporte de imigrantes ilegais para a Tailândia, a detenção de outros, o que levou a danos físicos, e o sequestro por dinheiro. Ele nega todas as acusações.
(Reportagem adicional de Pracha Hariraksapitak, em Bangcoc, e Hnin Yadana Zaw e Tim McLaughlin, em Yangon)