O toque de recolher imposto na Tailândia após o golpe de Estado anunciado nesta quinta-feira pelo Exército entrou em vigor às 22h locais (12h de Brasília), sem que se cumprisse a ameaça de cortar o serviço de internet.
No entanto, dez minutos antes do início do toque de recolher, os canais de televisão via satélite começaram a perder seus sinais de transmissão.
Carros e pessoas também circulavam pelas ruas de Bangcoc após o toque de recolher entrar em vigor, mas em um volume muito inferior ao habitual. O tráfego na Avenida Sukhumvit, uma das principais artérias da capital, fluía sem nenhum ponto de congestionamento.
Já o metrô elevado deixou de operar uma hora antes do toque de recolher, e os principais shoppings fecharam suas portas duas horas antes para que seus empregados pudessem retornar para suas casas sem problemas.
As pessoas que devem desembarcar na capital da Tailândia nesta noite também terão problemas para conseguir pegar um táxi, tendo em vista que, antes do toque de recolher ser iniciado, uma longa fila de espera já era vista no principal aeroporto da capital (Suvarnabhumi).
Publicidade
O toque de recolher será concluído às 05h locais do dia seguinte (19h de Brasília do dia anterior).
O Conselho Nacional para a Paz e a Ordem, nome oficial da junta militar, também decretou o fechamento de todos os colégios até domingo.
O chefe do Exército da Tailândia, Prayuth Chon-Ocha, que há dois dias declarou a lei marcial no país, assumiu hoje todo o poder após considerar fracassadas as tentativas de um acordo entre o Executivo interino e os antigovernamentais.
Na sequência, Prayuth decretou o toque de recolher, proibiu as reuniões públicas, suspendeu a Constituição e ampliou a censura aos meios de comunicação estrangeiros.
O golpe militar, o 19º desde a queda da monarquia absolutista em 1932, põe fim a oito meses de manifestações antigovernamentais, que causaram 28 mortes e deixaram mais de 800 feridos em todo país.
Publicidade
1 de 11
Soldados tailandeses montam guarda no Clube do Exército, depois que o general Prayuth Chan-ocha se reuniu com líderes anti-governo, no local, no centro de Bangoc
Foto: AFP
2 de 11
Imagem mostra, em meio a arames de segurança, soldados em posição de guarda em um posto do governo, próximo a Bangoc. Nesta quinta-feira, o exército da Tailândia deu um golpe de Estado no país.
Foto: AFP
3 de 11
Manifestantes anti-governo descansam em um acampamento , montado em Bangoc
Foto: AFP
4 de 11
Jornalistas entrevistam Luang Pu Buddha Isara, líder dos manifestantes que ocupam o governo. O Exército ordenou que os acampamentos de manifestantes fossem desfeitos, e soldados atiraram para o ar para dispersar ativistas pró-governo unidos nos arredores de Bangcoc
Foto: AFP
5 de 11
Membro de grupo pró-governo caminha próximo a um soldado tailandês em um acampamento na província de Nakhon Pathom, em Bangoc, em 22 de maio. O Exército ordenou que os acampamentos de manifestantes fossem desfeitos logo após o anpundcio go golpe militar
Foto: Reuters
6 de 11
Soldados tailandeses tomam suas posições no Clube do Exército após anúncio o comandante do exército, Prayuth Chan-ocha, tomar controle do governo paós um golpe militar
Foto: Reuters
7 de 11
Militares fazem guarda do lado de fora do Clube do Exército, onde foi realizado um encontro entre facções rivais para a discussão da crise no país, no centro de Bangoc
Foto: Reuters
8 de 11
Militar prepara para agir próximo ao local onde grupos se reuniram para discutr a crise política na Tailândia, na capital, Bancoc, em 22 de maio. O golpe militar foi aplicado dois dias após o Exército declarar lei marcial no país
Foto: Reuters
9 de 11
O general Prayuth Chan-ocha desembarca em Bangoc antes do encontro com oficiais do alto escalão, após o Exército declarar lei marcial na tentativa de retomar a ordem no país
Foto: Reuters
10 de 11
Monges budistas caminham próximos a soldados que montam guarda em um posto de inspeção, perto de um acampamento montado por manifestantes pró-governo em Bangoc, em 22 de maio
Foto: Reuters
11 de 11
Soldados garantem a segurança do Clube do Exército, onde foi realizado um encontro entre facções rivais para a discussão da crise na Tailândia
Foto: Reuters
O último levante ocorreu em 2006, quando o primeiro-ministro Thaksin Shinawatra foi deposto em meio às manifestações.
Na ocasião, os golpistas revogaram a Constituição, redigiram outra, que foi aprovada em referendo, e convocaram eleições no final de 2007.