O Tribunal Constitucional da Tailândia anulou nesta sexta-feira as eleições antecipadas do dia 2 de fevereiro que foram realizadas mesmo com o boicote da oposição e durante os protestos antigovernamentais.
O tribunal decidiu por seis votos a favor e três contra que as eleições não foram válidas porque a votação não pôde ser completada em todas as circunscrições em um único dia, informou o jornal The Nation.
De acordo com a decisão do tribunal, a Comissão Eleitoral deve estipular uma nova data para as eleições com o governo interino da primeira-ministra, Yingluck Shinawatra.
A votação do dia 2 de fevereiro não foi concluída em várias circunscrições da capital Bangcoc e na maioria das províncias do sul do país porque alguns manifestantes impediram previamente o registro de candidatos e sitiaram as zonas eleitorais.
Os manifestantes, liderados pelo ex-vice-primeiro-ministro Suthep Thaugsuban, exigem que um conselho não eleito substitua o Executivo e reforme o sistema, que consideram corrupto, antes aconteça uma nova votação.
No entanto, o governo interino insiste na realização de eleições antecipadas para sair da crise política na qual o país está imerso e rejeitou, desde o primeiro dia, em utilizar a força para dissipar os protestos.
Suthep acusa Yingluck de ser uma marionete de seu irmão Thaksin Shinawatra, o ex-primeiro-ministro deposto em um golpe de Estado em 2006, e de obter suas vitórias eleitorais através da compra de votos e de medidas populistas.
A Tailândia vive uma grave crise política desde o golpe militar que depôs Thaksin, que vive no exílio em Dubai para evitar uma condenação de dois anos de prisão por corrupção que ele atribui a motivos políticos.
Desde então, Bangcoc e outras partes da Tailândia foram cenário de protestos de simpatizantes e opositores do governo da vez.