Terrorismo interno conta com influências externas, diz China

22 jun 2014 - 02h23
(atualizado às 02h26)

As autoridades chinesas "têm provas" de que os grupos terroristas que atuam no interior do país contam com influências de organizações no exterior, especialmente procedentes de países como Paquistão e Afeganistão.

Segundo o vice-presidente da Universidade de Segurança Pública da China, um centro especializado na formação das forças de segurança do país, Li Jianhe, a maioria das pessoas que organizam e participam de atentados terroristas dentro das fronteiras da República Popular "foram treinadas no exterior".

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"Também lhes facilitam as ferramentas necessárias, os conhecimentos e até o financiamento para realizar os ataques", assegurou o especialista, em entrevista coletiva, dentro da terceira edição Fórum Mundial da Paz, realizado este fim de semana na capital chinesa.

Segundo explicou, atualmente "não existe nenhum grupo terrorista bem organizado dentro das fronteiras da China" e assegurou que o Movimento Islâmico do Turquestão Oriental (ETIM) - a organização à qual as autoridades chinesas atribuem a maioria dos ataques na China - "está sdendo influenciado pela Al-Qaeda e tenta se infiltrar dentro do país".

Durante os últimos anos, a China sofreu vários ataques e atentados terroristas dentro de seu território, especialmente na região autônoma de Xinjiang (situada no noroeste do país), onde segundo Pequim há grupos extremistas, muitos deles dirigidos por membros da etnia uigur, que reivindicam a independência deste território sob o nome de "Turquestão Oriental".

Li reconheceu que as pessoas que participam destas atividades "são cada vez mais jovens" e atribuiu parte de sua radicalização ao fato de que a região de Xinjiang está menos desenvolvida comparada com outras partes do país.

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Além disso, nos últimos meses alguns ataques terroristas ocorreram fora de Xinjiang, algo inédito até o momento, o que levou às autoridades chinesas a realizar uma campanha antiterrorista e a aumentar a vigilância por todo o país.

Li defendeu a cooperação entre países como ferramenta para acabar com o terrorismo, já que "atualmente se trata de um problema global".

Neste sentido, criticou o "duplo padrão" que têm alguns países ao tratar a questão do terrorismo e assegurou que esta visão "torna mais difícil a cooperação internacional" para combater o problema.

  
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