O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira que está disposto a se reunir com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, "sob as circunstâncias adequadas", em meio à escalada de tensão com Pyongyang por seus reiterados testes de mísseis e seu programa nuclear.
"Se isto for ocorrer, é claro, será sob as circunstâncias adequadas", indicou Trump sobre uma reunião com Kim em uma entrevista ao site "Bloomberg", um dia depois de reconhecer que não excluía a opção militar perante as contínuas provocações do regime norte-coreano.
O governante disse ainda que ficaria "honrado" por se reunir com o líder norte-coreano.
"Muitos políticos nunca diriam isso, mas estou dizendo que sob as circunstâncias adequadas, me reuniria com ele. Temos notícias de última hora", destacou.
Pouco depois, em sua coletiva de imprensa diária, o porta-voz da Casa Branca tentou relativizar os comentários de Trump e salientou que as "condições" para que seja possível um encontro entre o presidente americano e Kim "não se dão neste momento".
Entre essas condições, Spicer mencionou que deve haver "sinais de boa fé" e que a Coreia do Norte tem que "reduzir seu comportamento provocativo imediatamente".
Sobre a declaração de Trump de que estaria "honrado" de reunir-se com o líder norte-coreano, Spicer argumentou que Kim é "um chefe de Estado".
A escalada de tensões na península coreana se tornou uma das principais ameaças em matéria de segurança para Trump, que completou no último sábado 100 dias como presidente.
Nos últimos dias, o governante insistiu que prefere uma solução diplomática com Pyongyang e expressou confiança na mediação do presidente chinês, Xi Jinping, para acalmar as tensões.
As declarações de Trump são divulgadas depois que o regime norte-coreano assegurou hoje que impulsionará "em velocidade máxima" seu programa nuclear, em resposta à crescente pressão exercida sobre o país por parte de Washington.
O último encontro de um alto cargo americano com o regime comunista de Pyongyang ocorreu em 2000, quando a então secretária de Estado, Madeleine Albright, do governo do presidente Bill Clinton, se reuniu na capital norte-coreana com Kim Jong Il, o pai de Kim, para discutir o programa nuclear.