Vídeo de violência policial gera críticas em Hong Kong

Gravação mostra um membro de um movimento pró-democracia sendo agredido por policiais

15 out 2014 - 18h01
<p>Policiais usam gás de pimenta contra os manifestantes que ocuparam áreas de Hong Kong para exigir de Pequim mais liberdades democráticas</p>
Policiais usam gás de pimenta contra os manifestantes que ocuparam áreas de Hong Kong para exigir de Pequim mais liberdades democráticas
Foto: Carlos Barria / Reuters

A polícia de Hong Kong era alvo de muitas críticas nesta quarta-feira, após a divulgação de um vídeo no qual vários agentes agridem um manifestante, em uma noite de muitos confrontos entre os ativistas pró-democracia e as forças de segurança.

O ministro da Segurança da ex-colônia britânica, Lai Tung-kwok, anunciou que os policiais foram suspensos após o incidente, que aconteceu quando as forças oficiais retiravam novas barricadas.

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Há dois dias, policiais armados tentam retirar das ruas os manifestantes que ocupam três áreas em Hong Kong para exigir de Pequim mais liberdades democráticas, o que aumentou a tensão.

As imagens exibidas pelo canal TVB parecem ter sido gravadas na terça-feira à noite, durante confrontos entre policiais e ativistas, que haviam criado novas barricadas.

No vídeo, seis policiais com roupas civis arrastam um manifestante algemado para uma parte afastada de um parque na região dos ministérios, no bairro de Admiralty, um dos locais ocupados pelo movimento pró-democracia há mais de 15 dias.

O indivíduo foi obrigado a ficar no chão. Um oficial aparece dando socos na vítima, enquanto outros três chutam o manifestante. A agressão durou quatro minutos.

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"A polícia está preocupada com o incidente e abrirá uma investigação imparcial", declarou o ministro da Segurança. "Os policiais envolvidos no incidente foram suspensos de suas funções", completou.

Agentes tentam dispersar a multidão que montou barricadas em um túnel de Hong Kong
Foto: Carlos Barria / Reuters

O Partido Cívico, um dos movimentos pró-democracia de Hong Kong, identificou o agredido como um de seus integrantes, Ken Tsang.

A equipe jurídica do Partido Cívico trata da situação", declarou Claudia Mo, deputada do partido.

O líder estudantil Joshua Wong declarou que os manifestantes, que já estavam revoltados depois que foram alvos de bombas de gás lacrimogêneo em 28 de setembro, perderam qualquer confiança na polícia.

"O que a polícia deveria ter feito era escoltar o manifestante até a viatura, e não levá-lo para longe, agredi-lo com socos e chutes durante quatro minutos", disse.

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A Anistia Internacional também condenou o ataque, considerado "brutal". "Me embrulha o estômago pensar que existem policiais em Hong Kong que se acreditam acima da lei", disse Mabel Au, diretora da organização na ex-colônia britânica. "As pessoas envolvidas deveriam ser julgadas", completou.

Manifestantes e policiais entraram em conflito na manhã de quarta-feira, quando as forças de segurança começaram a desmantelar uma nova barricada instalada em um túnel próximo a edifícios oficiais.

Quarenta e cinco pessoas foram detidas e quatro policiais ficaram feridos, segundo as autoridades.

As barricadas colocadas desde 28 de setembro afetaram consideravelmente as atividades em Hong Kong e a vida cotidiana de mais de sete milhões de habitantes no território semiautônomo, que passa pela maior crise política desde a devolução para a China, em 1997.

Os manifestantes, desafiando a tutela chinesa, exigem a possibilidade de escolher livremente o próximo chefe do Executivo Hong Kong, em 2017, mas o Partido Comunista Chinês teme um contágio das reivindicações em seu território e deseja controlar o processo eleitoral.

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