Vítimas do tufão Haiyan começam a ser enterradas em valas comuns

15 nov 2013 - 10h20
(atualizado às 10h20)
<p>Pessoas cobrem os narizes ao passarem por corpos enfileirados em Tacloban</p>
Pessoas cobrem os narizes ao passarem por corpos enfileirados em Tacloban
Foto: AP

Vítimas do tufão Haiyan já começaram a ser enterradas em valas comuns na cidade de Tacloban, uma das mais afetadas pelo desastre na região central das Filipinas, informou nesta sexta-feira a imprensa local.

Cerca de 100 corpos foram colocados ontem em sacos pretos e depositados em valas comuns, sem cerimônia nem orações fúnebres, na presença de Alfred Romualdez, prefeito da capital da ilha de Leyte, em Visayas Oriental.

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"Espero que esta seja a última vez que vejo algo assim. Quando vejo isso, me lembro do que aconteceu desde a tempestade até agora", disse Romualdez, que há poucos dias teve que suspender uma primeira tentativa de enterro devido a um tiroteio.

Soldados do exército filipino, apoiados por veículos blindados, patrulham a cidade há vários dias para manter a segurança e tentar evitar o saque das poucas lojas que restaram de pé na cidade quase fantasma de Tacloban.

"Ainda há muitos corpos pela cidade. É assustador. Precisamos de mais mão de obra e equipamentos. Não posso usar um caminhão para remover corpos de manhã e usá-lo para distribuir suprimentos à tarde", explicou o prefeito.

Os corpos jogados nas ruas e entre os escombros criam, em sua opinião, "uma atmosfera de medo e depressão".

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Segundo foi constatado pela Agência Efe, os bombeiros e os serviços de emergência têm o cuidado de remover os cadáveres, mas se sentem sobrecarregados com a difícil tarefa em meio a uma paisagem que tem sido comparada por alguns com o cenário de uma "bomba atômica".

Haiyan, com ventos de até 325 km/h, foi o tufão mais forte registrado e o terceiro desastre mais mortal da história recente das Filipinas.

A ONU afirmou que pelo menos 4.400 pessoas morreram durante a passagem do tufão Haiyan pelas províncias centrais do arquipélago, e 9 milhões de pessoas estão desabrigadas.

Foto: AFP

  
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