O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, afirmou nesta quinta-feira (2), perante a um tribunal de Londres, que não deseja ser extraditado para os Estados Unidos para ser julgado pelo vazamento de informações confidenciais do governo norte-americano. O australiano prestou depoimento ao Tribunal de Magistrados de Westminster por videoconferência direto da prisão de segurança máxima Belmarsh. Ao ser questionado pelo juiz Michael Snow se queria atender voluntariamente ao pedido de extradição ele negou seu "consentimento". "Não desejo me render para a extradição por fazer um jornalismo que ganhou muitos prêmios e atingiu muitas pessoas", respondeu Assange. No último dia 11 de abril, Assange foi detido na embaixada equatoriana em Londres após o presidente do Equador, Lenín Moreno, ter anunciado a retirada de seu asilo. Ele foi acusado de auxiliar a então analista de Inteligência do Exército dos EUA Chelsea Manning a descobrir o código de acesso de um computador do governo em 2010.
Os Estados Unidos, por sua vez, solicitaram a extradição de Assange para que ele responda à Justiça sobre o crime, que pode lhe garantir a pena máxima de cinco anos. A promotoria norte-americana pretende realizar a primeira audiência no próximo dia 30 de maio seguida por outra sessão em 12 de junho. Segundo a Corte, a decisão sobre a extradição será tomada em alguns meses. Na quarta-feira (1), Assange foi condenado a 50 semanas de prisão (cerca de um ano) por ter violado uma medida de liberdade condicional há quase sete anos.