Assessor de Zelensky diz que Papa tem posição 'pró-Rússia'

Segundo Podolyak, Francisco não pode ser mediador

8 set 2023 - 10h20
(atualizado às 11h20)

O principal conselheiro do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que o papa Francisco não pode servir de mediador no conflito com a Rússia por ter assumido uma posição "pró-Moscou".

Papa Francisco com bandeira da Ucrânia no Vaticano
Papa Francisco com bandeira da Ucrânia no Vaticano
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Essa é a declaração mais dura de um membro do governo Zelensky contra o Papa, que fez inúmeros apelos em defesa da Ucrânia e já condenou a brutalidade das tropas russas na guerra.

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"Não tem sentido falar de um mediador chamado papa Francisco se este assume uma posição pró-Rússia que é evidente a todos", disse Mykhailo Podolyak, principal assessor de Zelensky, em entrevista a uma emissora ucraniana.

A declaração faz referência a um recente discurso no qual o pontífice falou a jovens russos que eles eram "herdeiros da grande mãe Rússia".

O pronunciamento provocou protestos de Kiev, que acusa Moscou de utilizar a suposta "necessidade de salvar a grande mãe Rússia" para justificar o "assassinato de milhares de homens e mulheres na Ucrânia".

O Papa, no entanto, afirmou na última segunda-feira (4) que sua fala tratava apenas do aspecto cultural, e não geopolítico, e que o objetivo era comunicar a importância de defender o patrimônio de um país em campos como literatura, música e artes plásticas.

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"É uma coisa que eu digo em todo lugar, assim como quando convido ao diálogo entre avós e netos", explicou Francisco.

Contudo, as justificativas não foram suficientes para Kiev. "O Vaticano não pode ter papel de mediação porque isso enganaria a Ucrânia ou a justiça", afirmou Podolyak.

Além disso, o assessor afirmou que a Rússia está fazendo "investimentos" no Instituto para as Obras da Religião (IOR), mais conhecido como Banco do Vaticano. "Precisamos analisar isso de modo um pouco mais detalhado", declarou.

  
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