Por Annie Banerji
NOVA DÉLHI (Thomson Reuters Foundation) - Ativistas jovens estão dizendo que se cansaram de ser apelidados de "Greta" de seus países agora que o mundo acompanha cada gesto da sueca Greta Thunberg, de 17 anos, conhecida por iniciar um movimento de greves escolares e repreender líderes por causa da mudança climática.
Na semana passada, Licypriya Kangujam, ativista de 8 anos do nordeste remoto da Índia, criticou jornalistas no Twitter por classificá-la como a "Greta da Índia", dizendo que não está tentando imitar Thunberg.
A premiada Kangujam disse à Thomson Reuters Foundation que a comparação é injusta e ofensiva e que mina seu trabalho com o "Movimento Infantil", que ela fundou em julho de 2018, antes de Thunberg iniciar suas manifestações semanais diante do Parlamento.
"Se vocês me chamarem de Greta da Índia, não estão cobrindo minha história. Estão apagando uma história", disse Kangujam em comentários enviados por email.
Ao longo do ano passado, a tendência de retratar ativistas climáticos como versões nacionais de "Greta" se tornou comum, o que Kangujam disse apagar "histórias, identidades, nomes e movimentos únicos".
"As nações em desenvolvimento são as mais vulneráveis à mudança climática. O mundo e a mídia precisam se concentrar igualmente (em) todos os ativistas climáticos do mundo", enfatizou.
Cientistas dizem que comunidades de países em desenvolvimento e pequenos Estados-ilhas estão na linha de frente dos danos causados pela mudança climática, das secas frequentes e das ondas de calor às inundações e elevações dos mares.
A Índia foi listada como a quinta nação mais afetada pelo clima em um índice de risco climático do centro de estudos ambientais Germanwatch no ano passado.