A Áustria está revisando o status de refugiados sírios que chegaram no país há menos de cinco anos, afirmou nesta quinta-feira o chanceler do país, Karl Nehammer, depois de informações na imprensa de que alguns dos afetados receberam cartas de que eles "não precisam mais temer por perseguição política".
Nehammer, um conservador que está tentando formar um governo de coalizão ao mesmo tempo em que é criticado pela extrema direita, aproveitou a queda de Bashar al-Assad, em 8 de dezembro, dizendo no mesmo dia que a situação de segurança na Síria deveria ser reanalisada para permitir deportações.
Desde então, ele e seu governo interino esclareceram que o foco inicial será deportações voluntárias. Aqueles que quiserem voltar por vontade própria receberão 1.000 euros. A Áustria também é um dos mais de dez países europeus que suspenderam o processamento de pedidos de asilo por parte de sírios.
"A Áustria está revendo a elegibilidade para proteção dos sírios que estão neste país há menos de cinco anos", afirmou Nehammer na plataforma X.
A lei austríaca permite que autoridades revoguem o status de refugiado em alguns casos, dentro do período de cinco anos após serem concedidos. Os sírios formam o maior grupo de asilados no país.
O Partido Popular Austríaco (OVP) de Nehammer endureceu o tom contra imigrantes, ao ponto de o Partido da Liberdade (FPO), de extrema direita, ter acusado a legenda de roubar suas ideias.
Crítico à União Europeia e elogioso à Rússia, o FPO venceu a eleição parlamentar de 29 de setembro, com cerca de 29% dos votos, e precisa de um parceiro de coalizão para chegar a uma maioria e formar um governo.
A agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) disse ser "claramente prematuro" iniciar tais procedimentos de deportação.