A autópsia no corpo de um professor italiano morto poucas horas depois de tomar a vacina anti-Covid da AstraZeneca mostrou que ele foi vítima de um "problema cardíaco repentino" e sem relação com o imunizante.
Sandro Tognatti, professor de clarinete de 57 anos de idade, morreu no último domingo (14), em Biella, 17 horas depois de ter sido vacinado com um imunizante do lote ABV 5811 da AstraZeneca.
O caso fez o governo do Piemonte suspender a utilização do lote em questão (a Itália ainda não havia paralisado o uso do imunizante), motivou a abertura de um inquérito por homicídio culposo e causou a apreensão do medicamento pela polícia.
No entanto, a autópsia realizada nesta terça-feira (16) mostrou que Tognatti teve um "problema cardíaco repentino". As primeiras informações do exame também apontam que não há nenhum sinal que permita relacionar a morte à vacina.
"A morte cardíaca repentina atinge cerca de 50 mil pessoas por ano [na Itália]. Aconteceu com esse desafortunado um dia depois da vacinação. Talvez fosse melhor refletir por um momento antes de criar o pânico em milhares de pessoas vacinadas com o lote investigado", disse no Twitter o influente virologista italiano Roberto Burioni.
O uso da vacina da AstraZeneca está suspenso na Itália desde a última segunda-feira (15), assim como em mais da metade da União Europeia, incluindo Alemanha e França, devido a relatos de casos graves de coagulação sanguínea em pessoas recém-vacinadas.
A EMA, agência de medicamentos da UE, dará um parecer definitivo sobre o assunto na próxima quinta (18), mas já reiterou diversas vezes que os benefícios do imunizante superam os riscos e que não há motivos para paralisar a vacinação.