Grupos rebeldes que entraram em Damasco, capital da Síria, durante a madrugada deste domingo, 08, anunciaram que o "tirano" Bashar al-Assad, presidente do país, "fugiu" e apelaram aos cidadãos em países estrangeiros que regressassem para uma "Síria Livre". O primeiro-ministro sírio, Mohamed al-Jalali, já declarou estar pronto para "cooperar" com a liderança escolhida pelo povo e com qualquer transferência de comando.
Através do Telegram, os rebeldes declararam que "a cidade de Damasco (está) livre" após a fuga do "tirano Bashar al-Assad". "Após 50 anos de opressão sob o comando do (Partido) Baath e 13 anos de crimes e deslocamentos forçados, anunciamos hoje o fim deste período e o início de uma nova era para a Síria."
O primeiro-ministro, por sua vez, em discurso transmitido em sua conta no Facebook, afirmou que a Síria "pode ser um país normal que constrói relações com os seus vizinhos e com o mundo, mas isso depende da liderança eleita pelo povo sírio." Jalali completou pontuando que o governo está "pronto para cooperar (com a liderança) e oferecer todas as facilidades possíveis."
Repercussão internacional
Essa foi a primeira vez que forças da oposição chegaram a Damasco desde 2018, quando tropas sírias recapturaram áreas nos arredores da capital após um cerco de anos. Na noite do sábado, 07, as forças da oposição tomaram a cidade central de Homs, a terceira maior da Síria, enquanto as forças do governo a abandonaram.
Os eventos que se desenvolvem rapidamente abalaram a região. O Líbano disse que estava fechando todas as suas travessias de fronteira terrestre com a Síria, exceto uma que liga Beirute a Damasco. A Jordânia fechou uma travessia de fronteira com a Síria também.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Sean Savett, disse que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e sua equipe estão monitorando de perto os eventos extraordinários na Síria e mantendo contato constante com parceiros regionais. (*Com informações de AFP e AP)