Bento XVI é sepultado nas criptas da Basílica de São Pedro

5 jan 2023 - 09h10
(atualizado às 09h19)

Após três dias de velório público, o papa Francisco celebrou nesta quinta-feira (5), em uma Praça São Pedro lotada e sob um céu nublado, o funeral do pontífice emérito Bento XVI, morto no último dia 31 de dezembro, aos 95 anos de idade.

Funeral do papa emérito Bento XVI
Funeral do papa emérito Bento XVI
Foto: EPA / Ansa - Brasil

A cerimônia reuniu 50 mil fiéis, segundo a Gendarmaria do Vaticano, e dezenas de autoridades políticas e religiosas, como o presidente da Itália, Sergio Mattarella, a premiê Giorgia Meloni e representantes das igrejas católicas orientais, do islã e do judaísmo.

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"Estamos aqui com o perfume da gratidão e o unguento da esperança para demonstrar, mais uma vez, o amor que não se perde. Queremos fazê-lo com a mesma unção, sabedoria, delicadeza e dedicação que ele soube conceder ao longo dos anos", disse Francisco em sua homilia.

"Bento, que sua alegria seja perfeita ao ouvir a sua voz definitivamente e para sempre", afirmou o Papa, pedindo que Joseph Ratzinger fosse "confiado às mãos do Pai". "Que essas mãos de misericórdia encontrem sua lâmpada acesa com o óleo do Evangelho, que ele disseminou e testemunhou durante sua vida", acrescentou.

Essa foi apenas a segunda vez na história que um papa celebrou o rito fúnebre de seu antecessor. A outra foi em 1802, quando Pio VII presidiu o funeral religioso de Pio VI, que havia morrido dois anos e meio antes, quando vivia exilado como prisioneiro de Napoleão Bonaparte.

Em meio à multidão, fiéis levantaram bandeiras da Alemanha, país de origem de Ratzinger, e cartazes com frases de agradecimento a Bento XVI ou pedindo sua canonização.

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Após o último "amém" pronunciado por Francisco, o público entoou o grito de "Santo subito" ("Santo já"). "Ele foi o pontífice que fez com que eu me reaproximasse da Igreja, antes eu via as coisas com mais distanciamento. Ele recuperou a tradição e era um homem aberto a todas as possibilidades", disse o italiano Marco, que viajou de Novara a Roma para o funeral.

Antes do fim da cerimônia, Jorge Bergoglio ainda parou para uma oração silenciosa diante do caixão, que foi levado para a Basílica de São Pedro sob aplausos dos fiéis.

O funeral reuniu 130 cardeais, 300 bispos e 3,7 mil padres do mundo todo, que chegaram ao Vaticano ao longo dos últimos dias. Na primeira fila, à direita do caixão (sobre o qual foi colocado um Evangelho aberto), estavam o arcebispo Georg Ganswein, secretário particular de Bento XVI durante seu pontificado e após a renúncia, e as "memores", leigas consagradas que auxiliaram nos cuidados a Ratzinger.

O corpo de Bento XVI foi fechado na urna com moedas e medalhas cunhadas durante seu pontificado, bem como os pálios (colarinhos de lã branca utilizados por papas e arcebispos) que ele usava em suas vestes litúrgicas.

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O esquife foi feito com revestimento triplo, sendo o primeiro de cipreste, o segundo de zinco e o terceiro de carvalho, e foi sepultado nas criptas da Basílica de São Pedro, na antiga tumba de São João Paulo II, cujo corpo foi levado para a parte de cima do templo após sua beatificação, em 2011.

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