O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, implorou aos norte-americanos em um artigo de opinião publicado no domingo para não esquecerem o ataque ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, escrevendo que o país tem a obrigação coletiva de lembrar os eventos daquele dia.
O artigo, publicado no The Washington Post, saiu um dia antes de o Congresso dos EUA se reunir para certificar formalmente a eleição do republicano Donald Trump como presidente e quase quatro anos depois que uma multidão de seus apoiadores invadiu o Capitólio em uma tentativa fracassada de bloquear a certificação de sua derrota nas eleições de 2020.
"Devemos nos lembrar da sabedoria do ditado que diz que qualquer nação que esquece seu passado está condenada a repeti-lo", escreveu Biden.
"Não podemos aceitar uma repetição do que ocorreu há quatro anos."
Ele acrescentou que o processo de certificação das eleições será pacífico desta vez.
Biden sempre retratou Trump como uma ameaça à democracia e apontou o fracasso de Trump em aceitar a derrota na eleição de 2020 como prova. O presidente fez da defesa da democracia um elemento central de sua campanha de reeleição, que ele abandonou em julho após preocupações crescentes sobre sua idade.
Kamala Harris, que substituiu Biden no topo da chapa democrata, retratou Trump em termos semelhantes.
Trump foi indiciado pelo governo federal por seus esforços para anular a eleição de 2020, que ele perdeu, mas o caso avançou lentamente e não estava nem perto de ser resolvido quando ele venceu a eleição de 2024 em novembro.
Trump, que iniciará um segundo mandato não consecutivo em duas semanas, não reconhece que sua derrota nas eleições de 2020 foi legítima, e ele e seus aliados têm propagado falsas teorias sobre os eventos de 6 de janeiro de 2021.
Ele prometeu conceder perdões generalizados a pessoas condenadas por crimes relacionados ao ataque de 6 de janeiro. Muitas das condenações estavam relacionadas a agressão a policiais, entre outros crimes.
"Um esforço incansável está sendo feito para reescrever -- e até apagar -- a história daquele dia. Para nos dizer que não vimos o que todos nós vimos com nossos próprios olhos", escreveu Biden no Washington Post.
"Com o tempo, haverá americanos que não testemunharam o motim de 6 de janeiro em primeira mão, mas aprenderão sobre ele por meio de filmagens e testemunhos daquele dia, do que está escrito nos livros de história e da verdade que passamos para nossos filhos. Não podemos permitir que a verdade se perca."