Biden vai ao Congresso e chama Putin de 'ditador'

Presidente fez seu primeiro discurso do Estado da União

2 mar 2022 - 09h07
(atualizado às 09h19)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez na noite desta terça-feira (1º) seu primeiro discurso do Estado da União e afirmou que o mandatário da Rússia, Vladimir Putin, é um "ditador".

Presidente Joe Biden em discurso no Congresso
Presidente Joe Biden em discurso no Congresso
Foto: EPA / Ansa - Brasil

O pronunciamento é feito anualmente diante do Congresso e serve para o presidente apresentar um balanço de suas ações no governo, mas desta vez se concentrou sobretudo na invasão da Ucrânia pela Rússia.

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"Hoje nos encontramos aqui como democratas, republicanos e independentes. Mais importante, como americanos, e com a certeza inabalável de que a liberdade vai sempre triunfar sobre a tirania", disse Biden logo no início de seu discurso.

"Há seis dias, o russo Vladimir Putin tentou chacoalhar as bases do mundo livre, pensando que ele poderia fazê-las se curvar a suas ameaças. Mas ele errou os cálculos. Ele pensou que poderia invadir a Ucrânia e que o mundo se voltaria para o outro lado, mas ele encontrou um muro de força como nunca imaginara. Ele encontrou o povo ucraniano", acrescentou o presidente, recebendo aplausos do Congresso.

Segundo Biden, a "coragem" e "determinação" da Ucrânia e de seu presidente, Volodymyr Zelensky, "inspiram o mundo". "Nós, os Estados Unidos da América, apoiamos o povo ucraniano. Através da história, aprendemos essa lição: quando ditadores não pagam um preço por suas agressões, eles causam mais caos", afirmou.

De acordo com o mandatário dos EUA, por isso a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foi criada: para garantir a "paz e estabilidade na Europa após a Segunda Guerra Mundial" - o temor de uma adesão da Ucrânia à Otan é um dos motivos para a invasão russa.

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"Ele [Putin] pensou que a Otan e o Ocidente não reagiriam. Ele pensou que poderia nos dividir, mas Putin estava errado. Estamos prontos", garantiu Biden. Segundo o mandatário, o presidente da Rússia está "mais isolado do que jamais esteve", declaração que também recebeu aplausos dos congressistas.

"Estamos tirando os maiores bancos da Rússia do sistema financeiro internacional, evitando que o Banco Central russo possa defender o rublo, estamos sufocando o acesso da Rússia a tecnologia, o que vai enfraquecer suas Forças Armadas nos próximos anos", disse.

"Hoje eu digo para oligarcas russos e líderes corruptos que deram bilhões de dólares para esse regime violento: chega. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está montando uma força-tarefa para ir atrás dos crimes de oligarcas russos. Estamos nos juntando a nossos aliados europeus para apreender seus iates, seus apartamentos de luxo, seus jatinhos privados. Estamos indo atrás de vocês", ameaçou.

Em seguida, Biden confirmou o fechamento do espaço aéreo dos EUA para todas as aeronaves russas, medida já antecipada por países da União Europeia. Além disso, reiterou que as tropas americanas não vão combater na Ucrânia, mas estarão de prontidão caso Putin decida avançar em direção ao Ocidente.

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"Assim como já deixei claro, os Estados Unidos e seus aliados vão defender cada centímetro de território da Otan com a força total de nosso poder coletivo. Cada centímetro!", declarou o presidente. Biden reconheceu que os próximos meses serão "duros" para os ucranianos, porém garantiu que Putin vai pagar um "alto preço" em longo prazo.

"Um ditador russo, invadindo um país estrangeiro, tem custos ao redor do mundo. E estou tomando ações robustas para garantir que o preço das nossas sanções mire a economia russa. E vou usar cada ferramenta disponível para proteger os consumidores e as empresas americanas", disse.

Entre essas medidas está a liberação de 60 milhões de barris de petróleo de reservas pelo mundo para conter a escalada do preço da commodity, sendo que metade desse montante diz respeito aos EUA. "Nós vamos ficar bem. Quando a história dessa era for escrita, a guerra de Putin na Ucrânia terá deixado a Rússia enfraquecida, e o resto do mundo fortalecido", salientou.

Em seguida, Biden cometeu uma gafe ao confundir Ucrânia com Irã. "Putin pode cercar Kiev com tanques, mas nunca vai conquistar as almas e os corações do povo iraniano", disse.

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