O secretário de Estado americano, Antony Blinken, anunciou nesta terça-feira (22) o cancelamento de sua reunião com o chanceler russo, Sergey Lavrov, que estava marcada para o próximo dia 24 de fevereiro.
A decisão foi tomada após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconhecer a independência de Donetsk e Lugansk, regiões separatistas do leste da Ucrânia.
"Consultei nossos aliados e parceiros. Todos concordam. Hoje, enviei ao ministro das Relações Exteriores Lavrov uma carta informando-o disso", afirmou o americano.
Durante pronunciamento conjunto com o ministro das relações exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, Blinken lembrou que o encontro estava condicionado ao fato de não haver uma invasão das tropas russas no território ucraniano. "Agora não faz sentido", acrescentou.
Blinken ressaltou que esta é "a maior ameaça à segurança europeia desde a Segunda Guerra Mundial" e o Kremlin "desfez mais de 30 anos de diplomacia da Rússia".
O secretário americano deixou claro que os EUA irão impor sanções contra a elite ligada ao Kremlin e avançarão agora que a Rússia se movimentou. "Qualquer avanço da Rússia irá ser enfrentando com soluções rápidas nossas", disse Blinken.
Já o ministro ucraniano disse que o "momento de sanções é agora" e aplaudiu as declarações de Blinken. "As condenações são importantes, mas as ações são o que mais importam nesses dias".
Para ele, a agressão russa contra a Ucrânia também "levou o mundo à beira da maior catástrofe desde a Segunda Guerra Mundial".
Ucrânia -
Hoje, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy anunciou, ao Parlamento de Kiev, que convocará as tropas reservistas ucranianas por um período extraordinário diante da ameaça da invasão russa.
A decisão foi tomada após o presidente russo, Vladimir Putin, reconhecer a independência das regiões separatistas de Donestsk e Luhansk.
O líder ucraniano, no entanto, descartou uma mobilização geral, mas ressaltou que ainda está buscando saídas diplomáticas para a crise e saudou a disposição da Turquia de participar de negociações multilaterais.
Zelensky enfatizou que a Ucrânia não cederá nenhum território à Rússia e anunciou um programa de incentivo econômico baseado no crescimento local e cortes de impostos sobre o valor agregado da gasolina.