O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, se reuniu na última terça-feira (26), em Washington, com a família da jornalista palestina Shireen Abu Akleh, assassinada em 11 de maio em Jenin, na Cisjordânia.
Em publicação no Twitter, Blinken disse que expressou "suas profundas condolências" e seu "compromisso de perseguir os responsáveis por sua trágica morte". Segundo o norte-americano, o "jornalismo corajoso" de Shireen "lhe rendeu o respeito de todo o mundo".
A família da jornalista, por sua vez, pediu uma investigação "completa, confiável, independente e transparente" sobre o seu assassinato.
Após a reunião, Lina Abu Akleh, sobrinha da jornalista da Al Jazeera, acusou o governo de Joe Biden de não fazer o suficiente para descobrir a verdade.
"Embora o secretário dos EUA tenha garantido que assumiu alguns compromissos sobre o assassinato de Shireen, ainda estamos esperando para ver se este governo responderá significativamente aos nossos pedidos de justiça", escreveu ela no Twitter.
Além disso, Lina disse que Blinken "comprometeu-se com transparência" em relação ao caso. "Esperamos ser consultados e atualizados a cada passo do caminho", completou.
Durante a reunião, os familiares da repórter palestina também falaram sobre a "importância de um encontro com o presidente Biden".
"Uma reunião com ele demonstrará à nossa família que o caso de Shireen é uma prioridade para esta administração. Como ele não se reuniu conosco em Jerusalém, viemos até Washington. Precisamos que ele tenha notícias nossas diretamente", concluiu Lina.
O crime ocorreu no último dia 11 de maio, quando a repórter - que usava um colete com a palavra "press" ("imprensa") e capacete - cobria uma operação do Exército israelense no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada.
Um relatório divulgado por Washington e por Israel apontou que não era possível determinar "a origem do disparo", mas que "possivelmente" veio das posições ocupadas por militares israelenses no local e que não se pode afirmar que o disparo foi "proposital".
A análise é oposta a feita pelos palestinos e pelas Nações Unidas que acusam os militares israelenses de atirarem deliberadamente contra o grupo de quatro jornalistas, que estavam identificados por coletes, dentro do campo de refugiados.