Dezenas de milhares de pessoas de cidades de toda a Bolívia foram às ruas na noite de segunda-feira para protestar contra a prisão da ex-presidente Jeanine Añez e outros oponentes políticos do partido socialista governista por causa de alegações de que eles se envolveram em um golpe em 2019.
Na cidade de Santa Cruz, as maiores multidões se reuniram para uma manifestação perto de uma estátua do Cristo Redentor acenando com bandeiras da Bolívia e portando cartazes com pedidos de defesa da democracia e da liberdade.
O governo de esquerda do país, que voltou ao poder em novembro, tem buscado a prisão de várias ex-autoridades, militares e líderes civis, que acusa de conspirarem para depor o então presidente Evo Morales menos de dois anos atrás.
Morales, cujo partido MAS voltou ao comando do país, renunciou no final de 2019 em meio a protestos generalizados contra seu governo depois que os militares o exortaram a deixar o cargo. No vácuo de poder que se seguiu, a então senadora Añez assumiu como presidente interina.
As prisões provocaram o temor de uma repressão política e críticas de grupos de direitos humanos e da Organização dos Estados Americanos (OEA), que disse que o governo está usando o Judiciário como uma ferramenta "repressiva".
Na capital administrativa La Paz, manifestantes marcharam pelas ruas, alguns com máscaras com a palavra "fraude" e uma foto de Morales, uma referência a alegações da OEA de que ele manipulou a eleição presidencial de 2019.