O presidente Jair Bolsonaro fez duras críticas contra a ativista sueca Greta Thunberg, a quem chamou de "pirralha", depois que a adolescente disse que os indígenas estão sendo assassinados no Brasil por tentarem proteger as florestas. A declaração do mandatário brasileiro foi dada nesta terça-feira (10), no Palácio da Alvorada, após ele ser questionado pela imprensa se estava preocupado com as mortes de dois indígenas da etnia Guajajara no último fim de semana no Maranhão. "A Greta já falou que os índios morreram porque estavam defendendo a Amazônia. É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí, pirralha", afirmou. Bolsonaro ainda ressaltou que qualquer morte é motivo de preocupação e que seu governo deseja "cumprir a lei", uma posição contra o desmatamento e as queimadas ilegais.
Poucos minutos depois da crítica, Greta publicou uma nova descrição biográfica em sua conta no Twitter, adotando o termo "Pirralha". Ontem (9), a adolescente, um dos principais nomes na luta contra as mudanças climáticas, voltou a falar dos indígenas, alegando que eles são "os que hoje estão sofrendo as consequências da crise climática". "Indígenas estão sendo mortos por tentar proteger a floresta do desmatamento ilegal. De novo e de novo. É uma vergonha que o mundo permaneça calado sobre isso", afirmou. A declaração foi dada às margens da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP25), que acontece em Madri, na Espanha, um dia depois da morte de dois índios da etnia guajajara. De acordo com dados preliminares revelados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), o número de líderes indígenas mortos em conflitos no campo desde janeiro foi o maior em pelo menos 11 anos. COP 25 - Em sua primeira participação pública na COP25, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defendeu recursos de países ricos para poder combater o desmatamento na maior floresta tropical do mundo. Segundo o político brasileiro, é necessário encontrar "os pontos de convergência para avançar nessa agenda", fazendo uma referência ao desenvolvimento sustentável da Amazônia. "Algo que está diretamente ligado à nossa presença aqui é a monetização dos recursos ambientais no sentido de prover realmente recursos para o pagamento por serviços ambientais. Os serviços ecossistêmicos, que são muitos e são importantes, precisam ser remunerados para serem valorizados. A nossa vinda neste ano, em especial, tem tudo a ver com isso", explicou.