Em visita à Arábia Saudita, o presidente Jair Bolsonaro disse sentir "certa afinidade" com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, líder de facto do país e suspeito de ser o mandante do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.
Crítico do regime saudita, o repórter foi torturado, morto e esquartejado no consulado de seu país em Istambul, na Turquia, em outubro de 2018. Segundo uma relatora das Nações Unidas (ONU), há "indícios verossímeis" de que Bin Salman é o mandante do crime.
"Tem uma certa afinidade entre nós dois desde o último encontro em Osaka [na reunião do G20]", disse Bolsonaro, ainda antes de se encontrar com o príncipe. Bin Salman lidera uma operação de maquiagem para vender uma imagem mais aberta da Arábia Saudita, monarquia ultraconservadora sunita que restringe direitos de mulheres, homossexuais e opositores.
Apesar desse histórico, Bolsonaro acrescentou que "todo mundo gostaria de passar a tarde com um príncipe, principalmente as mulheres". A Arábia Saudita é a última etapa da viagem de 12 dias do presidente pela Ásia e pelo Oriente Médio, que tem como objetivo buscar investimentos estrangeiros para o Brasil, especialmente em privatizações e obras de infraestrutura.