O presidente da República, Jair Bolsonaro, embarca na noite desta segunda-feira (14) para Moscou, na Rússia, em uma viagem que ocorre no ápice da tensão por uma guerra na fronteira da Ucrânia.
Segundo planejamento do Ministério das Relações Exteriores, o mandatário deve chegar ao território russo nesta terça-feira (15) e terá uma agenda com o presidente Vladimir Putin na quarta-feira (16). Entre os compromissos marcados, está a recepção do chefe do Kremlin no aeroporto e um encontro formal horas depois.
Além disso, Bolsonaro terá encontros com políticos da Duma, o Parlamento baixo russo, e também com empresários locais. O principal ponto da pauta será debater o fornecimento de fertilizantes para a agricultura nacional.
Depois da Rússia, Bolsonaro ainda fará uma etapa na Hungria, onde encontrará o primeiro-ministro Viktor Órban.
A visita do mandatário brasileiro ocorre em um momento de risco real de um conflito bélico dos russos na fronteira ucraniana, com Kiev sendo apoiada pelas maiores potências ocidentais - Estados Unidos, Reino Unido e nações da União Europeia.
Durante o fim de semana, diversas foram as reuniões e os telefonemas entre os principais líderes mundiais para tentar negociar uma desaceleração da crise, mas os ocidentais continuam a afirmar que Putin pode ordenar a invasão a "qualquer momento".
Por outro lado, Moscou diz que as falas sobre o risco de guerra, especialmente as norte-americanas, não passam de "histeria e alarmismo". Além disso, os russos começam um grande exercício naval no Mar Negro nesta segunda-feira - que segue até o sábado (19) - e mantém a agenda de treinamentos militares conjuntos em Belarus.
Conforme fontes políticas ouvidas por diversos jornais e sites jornalísticos brasileiros, Bolsonaro foi orientado a adiar a viagem por conta do clima de tensão.
Representantes ucranianos no Brasil também pediram que o presidente aproveitasse a viagem para fazer uma parada em Kiev, como forma do governo mostrar neutralidade na questão bélica.
Essa prática foi adotada por diversos líderes mundiais, como Emmanuel Macron, da França, e o alemão Olaf Scholz - que está hoje na Ucrânia e amanhã segue para a Rússia.
No entanto, conforme uma fala de Bolsonaro no último sábado (12), a viagem é "muito importante" e necessária neste momento por conta dos fertilizantes. "A gente pede a Deus para que reine a paz no mundo para o bem de todos nós", falou ainda sobre a situação bélica.
A delegação brasileira, bem como o presidente, precisarão passar por um rígido esquema de segurança sanitária antes do encontro com Putin, que inclui a realização de cinco testes negativos para a Covid-19 - um deles realizado no máximo quatro horas antes do encontro. .