Brasil assumirá representação de Peru e Argentina na Venezuela após expulsão de diplomatas por Caracas

O governo de Maduro rompeu relações diplomáticas depois países reconheceram o opositor Edmundo González como presidente eleito da Venezuela

1 ago 2024 - 09h16
(atualizado às 09h35)
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cumprimenta o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cumprimenta o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro
Foto: Ricardo Stuckert /Presidência da República / Estadão

O governo brasileiro assumirá a representação dos interesses dos cidadãos argentinos e peruanos na Venezuela, a pedido desses países, depois da expulsão dos diplomatas dessas duas nações de Caracas pelo governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o pedido da Argentina já foi oficializado e aceito. Em relação ao Peru, falta apenas a formalização.

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Com a decisão, o Brasil assumirá a administração e o cuidado com imóveis e arquivos das duas representações diplomáticas, a partir da retirada dos diplomatas, que deve acontecer nesta quinta-feira. Eventualmente intermediará questões dos dois governos e dos seus cidadãos em relação ao governo da Venezuela.

O governo de Maduro rompeu relações diplomáticas com o Peru depois que o governo peruano reconheceu o opositor Edmundo González como presidente eleito da Venezuela. No caso da Argentina e de outros cinco países -- Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Uruguai -- houve a expulsão dos diplomatas mas não o rompimento das relações, em uma situação atípica na diplomacia. O país mantém relações diplomáticas, mas sem representação própria.

A situação tem uma peculiaridade no caso da Argentina, já que seis opositores venezuelanos estão refugiados na embaixada do país e devem ser mantidos no local mas sem a presença dos diplomatas.

Depois de várias ameaças, havia o temor de uma invasão do local por grupos chavistas. A preocupação foi passada ao assessor especial da Presidência do Brasil, Celso Amorim, pela chancelar da Argentina, Diana Mondiño.

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De acordo com uma fonte próxima a Amorim, o assunto foi levado a Maduro no encontro entre ambos, na última segunda-feira, e o presidente venezuelano se comprometeu a reforçar a segurança da embaixada.

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