As brasileiras Jeanne Paollini e Kátyna Baía estão presas na Alemanha desde o dia 5 de março após terem malas trocadas por bagagem com drogas. Elas estão com frio e sentem solidão nas celas "minúsculas" e individuais da penitenciária de Frankfurt, onde estão detidas há mais de 30 dias, segundo a advogada Luna Provázio.
O contato das brasileiras de Goiás com o Brasil foi feito até agora com a advogada, e somente por telefone fixo porque o presídio não permite videochamadas.
"Elas estão angustiadas porque estão presas há mais de 1 mês e perguntam muito pelos familiares. Elas estão morrendo de saudade. A Kátyna, por exemplo, não conseguiu falar com a mãe nesse tempo todo e elas são muito apegadas", contou a advogada.
Jeanne é veterinária e Kátyna é personal trainer na capital goiana. Elas viajaram no dia 05 de março para conhecer Berlim, capital da Alemanha e outros países na Europa. "Elas estão em celas separadas e me relataram que são minúsculas. Elas disseram que passam frio porque o presídio não fornece roupa de frio adequada e elas tiveram todos os bens pessoais apreendidos", relatou a advogada.
O casal fazia escala em Frankfurt com destino a Berlim quando foram presas, e as bagagens delas não foram encontradas até hoje. Com a prisão delas, a Polícia Federal começou a investigar o caso e achou indícios de que elas não estavam levando cocaína para a Alemanha.
A polícia descobriu que funcionários terceirizados do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, trocavam etiquetas de malas para enviar droga para o exterior. Na terça-feira (04), a polícia prendeu seis investigados.
As autoridades alemãs afirmaram que há fortes indícios de que as brasileiras são mesmo inocentes, mas querem ter acesso a todos os vídeos obtidos pela Polícia Federal e ao inquérito completo, com a prisão dos suspeitos, antes de soltá-las.
A superintendente da Polícia Federal em Goiás, Marcela Rodrigues, disse que há indícios de que as goianas presas na Alemanha não eram donas das malas com cocaína.
Jeanne e Kátyna tiveram a prisão mantida pela Justiça de Frankfurt após audiência no dia 5 de abril, dia em que completam um mês detidas numa penitenciária feminina da cidade.
Segundo o gabinete de Assuntos Internacionais de Goiás, um juiz alemão pediu que as provas obtidas pela Polícia Federal durante a investigação sejam enviadas pelo Ministério da Justiça e pelo Itamaraty.
Sobre o episódio envolvendo duas brasileiras presas na Alemanha, informo que o @JusticaGovBR , através da Secretaria Nacional de Justiça, recebeu hoje um pedido de compartilhamento de provas vindo das autoridades alemãs e já deu integral cumprimento ao pedido.
— Augusto de Arruda Botelho (@augustodeAB) April 6, 2023