Brasileiro em Israel afirma desconfiar de todos após ataques: 'Não sabemos quem é quem'

Helcio Motta compartilha o sentimento de tensão ao andar nas ruas e temor que todos possam ser terroristas

10 out 2023 - 11h12
(atualizado às 12h05)
Um comboio de veículos blindados de transporte de pessoal (APCs) dirige-se à fronteira de Israel com o Líbano, em Nahariya, norte de Israel
Um comboio de veículos blindados de transporte de pessoal (APCs) dirige-se à fronteira de Israel com o Líbano, em Nahariya, norte de Israel
Foto: REUTERS/Ammar Awad

O brasileiro Helcio Motta Junior, de 43 anos, compartilhou sua experiência vivendo em Israel após os ataques do grupo Hamas. Em uma entrevista à CNN Brasil, ele expressou seu sentimento de tensão ao caminhar nas ruas, onde suspeita das intenções de outras pessoas, temendo que sejam terroristas. Helcio é amigo de Karla Stelzer, uma das brasileiras que estavam no festival de música eletrônica no sul de Israel e desapareceu após os ataques.

Ele se mudou para o país em 2006 e destacou que, desde então, essa é a primeira vez que sente tanta angústia, mesmo tendo testemunhado outros ataques no país, incluindo outros lançamentos de mísseis. Helcio diz que tem enfrentado dificuldades para dormir devido às preocupações crescentes.

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"Com todas as notícias, dizem que há muitos terroristas no país. Que roubaram ambulância, carro da polícia, que estão se disfarçando. Não sabemos quem é quem. Está difícil andar na rua, olhar para as pessoas e desconfiar", afirmou o brasileiro, que mora próximo ao aeroporto internacional Ben Gurion, a aproximadamente 15 minutos de Tel Aviv.

Helcio também relatou que ouviu no sábado de manhã a primeira sirene de alerta após ataque do Hamas. Ele passeava com a filha de 3 anos de idade, que ficou assustada e relutante em voltar para casa. Ele é casado com uma israelense e também tem mais um filho, um bebê de 10 meses.

Alerta de autoridades

Durante seu trabalho como motorista de caminhão em Israel, o brasileiro afirma que frequentemente ouvia estrondos e sentia o veículo balançando, mesmo quando as sirenes não eram audíveis, indicando a proximidade dos ataques. Ele mencionou ainda que as autoridades emitiram mensagens em massa pelo WhatsApp, aconselhando as pessoas a permanecerem em casa e a abrir a porta apenas para aqueles que conhecem. Além disso, foi recomendado o estoque de alimentos, água, produtos de higiene e outros suprimentos.

Helcio expressou sua frustração com a impossibilidade de sair de casa com sua filha.

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"Não tem como sair de casa, não tem como levar [a filha] para um parquinho. É complicado ficar com criança 24 horas por dia em casa", lamentou.

Ele e sua esposa moram perto dos pais dela, que não têm um abrigo de proteção em casa e precisam se esconder embaixo da escada em caso de ataques aéreos.

A situação atual no conflito resultou em centenas de mortes, com o Hamas alegando ter cerca de 100 reféns e Israel interrompendo o fornecimento de água e eletricidade em Gaza.

Fonte: Redação Terra
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