Terminou às 18h (horário de Roma) deste domingo (14) o prazo para interessados apresentarem ofertas pela Alitalia, maior empresa de aviação civil da Itália e que está sob intervenção do governo.
A data-limite havia sido definida pelo banco Mediobanca, contratado como consultor no processo de venda pela estatal Ferrovie dello Stato (FS), que comprará a Alitalia em parceria com grupos privados.
O Mediobanca recebeu ofertas oficiais da holding Atlantia, controlada pela família Benetton; da empresa italiana de construção civil Toto; do empresário Claudio Lotito, dono da Lazio; e de Germán Efromovich, acionista majoritário da companhia aérea colombiana Avianca.
Apesar de os números já terem mudado diversas vezes, as negociações se baseiam em uma divisão que daria 35% das ações para a FS, entre 10% e 15% para a americana Delta (que já estava no consórcio) e 15% para o Tesouro italiano. O restante seria distribuído entre outros parceiros privados, mas a Delta também pode aumentar sua fatia.
De qualquer forma, o governo italiano, por meio da FS e do Tesouro, teria pelo menos 50% da Alitalia, o que a tornaria novamente uma companhia de bandeira, ou seja, controlada pelo Estado.
"Desejamos que o conselho da FS decida o quanto antes e escolha a oferta mais ambiciosa. A Alitalia precisa voltar a jogar no ataque, e não na defesa", disse o ministro do Desenvolvimento Econômico e vice-premier da Itália, Luigi Di Maio (M5S).
A empresa está sob intervenção do governo há mais de dois anos, em função de uma crise de liquidez que a deixou à beira da falência, e conseguiu seguir operando graças a um empréstimo-ponte de 900 milhões de euros feito pelo poder público em 2017.
A Alitalia é dividida entre a holding Compagnia Aerea Italiana (CAI), com 51%, e o grupo árabe Etihad Airways, com 49%.