'Caiu tudo, não consegui mais respirar', diz jovem que perdeu irmão brasileiro e pai após bombardeio no Líbano

Mohamed Abdallah chegou em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, por volta da meia-noite desta sexta-feira, 27, acompanhado da irmã Yara

27 set 2024 - 09h06
(atualizado às 09h42)
Mohamed Abdallah, de 16 anos
Mohamed Abdallah, de 16 anos
Foto: Reprodução/RPC

Mohamed Abdallah, de 16 anos, que sobreviveu a um bombardeio no Líbano, que matou seu pai e irmão, chegou em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, por volta da meia-noite desta sexta-feira, 27. Ele estava acompanhado da irmã Yara Abdallah e foi recebido no aeroporto por cerca de 200 pessoas, entre amigos e familiares.

O jovem contou que estava trabalhando com o pai Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos, e o irmão Ali Kamal Abdallah, 15 anos, em uma fábrica da família de produtos de limpeza quando ocorreu o ataque.

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"Caiu tudo, nem vi mais nada, não consegui mais respirar. Tirei as pedras de mim e fui ver meu pai, estava no chão morto e meu irmão, não conseguia achar meu irmão. Gritava o nome dele, e as pessoas do meu lado mortas, eu não achava ele, nem escutei a voz dele", disse Mohamed, em entrevista à RPC, afiliada da Globo na região.

O adolescente brasileiro e o pai dele, que era natural do Paraguai, foram mortos em um ataque aéreo em meio aos bombardeios de Israel contra o Hezbollah nas proximidades da cidade de Kelya. A família morava em Foz do Iguaçu (PR), mas tinha se mudado para trabalhar em uma fábrica no Líbano. O empreendimento desabou ao ser atingido por um míssil.

À agência de notícias Reuters, o Itamaraty informou que o governo brasileiro acompanha a situação no Líbano desde que começaram os ataques israelenses, no início desta semana, e se prepara para retirar cidadãos brasileiros, se houver necessidade. Cerca de 20 mil brasileiros vivem atualmente no Líbano.

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Israel x Hezbollah

O conflito entre Israel e o Hezbollah já forçou o deslocamento de mais de 90 mil pessoas no Líbano desde segunda-feira, 23, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

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Desde segunda, quase 600 pessoas foram mortas, incluindo 50 crianças e 94 mulheres. Cerca de 1,7 mil ficaram feridas em ataques em todo o Líbano, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (ENUCAH), com informações do Ministério da Saúde libanês.

A escalada da tensão teve início na semana passada, quando ocorreram explosões de pagers e walkie-talkies ao longo de dois dias seguidos no Líbano. Na ocasião, ao menos 37 pessoas morreram e mais de 2 mil ficaram feridas.

O Líbano e o Hezbollah, grupo que também atua como um partido político, responsabilizaram Israel pela explosão dos aparelhos.

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Na quarta-feira, 25, o exército israelense disse que atingiu 280 alvos do Hezbollah no Líbano — um dos países mais densamente povoados do mundo, com aproximadamente 568 pessoas por m².

A capital, Beirute, concentra mais de 40% da população do país e é uma das áreas mais atingidas pelos ataques israelenses nos últimos dias.

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Outra área fortemente atingida é o sul do Líbano, nas províncias do Líbano Sul e Nabatiyeh, que abrigam 18% dos cidadãos libaneses.

Fonte: Redação Terra
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