O governo do Canadá começou nesta segunda-feira a enviar à Organização Mundial da Saúde (OMS) uma cota de 800 vacinas experimentais contra o ebola meses após anunciar a doação do remédio para combater a epidemia na África Ocidental.
O atraso no envio da vacina à sede da OMS em Genebra (Suíça) foi criticado por partidos políticos, organizações humanitárias e inclusive diplomatas africanos diante da falta de clareza do governo do primeiro-ministro Stephen Harper sobre as causas da demora.
A doação foi anunciada em agosto, e o governo canadense culpou a OMS pelo atraso na distribuição do remédio, embora os partidos da oposição tenham alegado que o problema se deve ao acordo que Ottawa assinou com a empresa americana NewLink Genetics para sua comercialização.
A vacina, conhecida como VSV-EBOV e desenvolvida por cientistas do Ministério da Saúde do Canadá, foi utilizada com sucesso em dois profissionais de saúde americanos infectados por ebola na Libéria.
Quando a OMS receber a vacina, serão iniciados testes clínicos com 250 pessoas em Europa e África para verificar sua segurança.
Os especialistas preveem que a vacina não poderá ser utilizada na África até o ano que vem. Informações divulgadas hoje na imprensa local também puseram em dúvida os anúncios de ajuda na luta contra o ebola realizados pelo governo canadense nas últimas semanas.