Líder da Catalunha convocará eleição regional, dizem aliados

26 out 2017 - 08h36
(atualizado às 12h06)
Carles Puigdemont, líder da Catalunha
Carles Puigdemont, líder da Catalunha
Foto: Reuters

O líder da Catalunha, Carles Puigdemont, deve convocar uma eleição regional antecipada, disseram aliados políticos, uma medida que pode ajudar a romper um impasse de um mês entre o governo central de Madri e separatistas catalães que desejam uma secessão da Espanha.

Mas a incerteza continua alta, uma vez que Puigdemont anunciou um discurso para as 13h30 (horário local), adiou em uma hora e depois o cancelou, provocando a especulação de que ainda pode mudar de ideia.

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Vários membros de sua coalizão pró-independência disseram que o líder catalão dissolverá o Parlamento regional e convocará uma eleição. A emissora oficial da Catalunha noticiou que ele discursará à assembleia às 17h, como planejado inicialmente.

O jornal La Vanguardia, sediado em Barcelona, disse que Puigdemont marcará a eleição para 20 de dezembro e está tomando a decisão na tentativa de persuadir o governo do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, a não impor o controle direto sobre a região, o que o premiê pode fazer na sexta-feira.

A iniciativa secessionista catalã mergulhou a Espanha em sua pior crise política desde que a ditadura militar de Francisco Franco terminou em 1975, fragmentando a sociedade e levando centenas de empresas a deixarem a região.

Também é o desafio mais sério à integridade de um país da Europa ocidental desde um referendo de independência realizado na Escócia em 2014, quando os eleitores escolheram continuar sendo parte do Reino Unido.

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Líderes europeus temem que a campanha separatista insufle ambições semelhantes em outros pontos do continente.

Mas, na quarta-feira, surgiram fraturas na coalizão independentista, já que alguns membros declararam apoio a uma eleição antecipada e outros disseram que não existe alternativa à separação.

Minutos depois dos desdobramentos desta quinta-feira vários parlamentares pró-secessão e prefeitos anunciaram suas renúncias.

"Não compartilho a decisão de se convocar uma eleição. Estou renunciando como parlamentar e membro do PdeCat (Partido Democrático Catalão de Puigdemont)", disse Jordi Cuminal no Twitter.

Várias centenas de pessoas também foram às ruas e se reuniram na Praça Sant Jaume, que fica diante da sede do governo catalão, no centro de Barcelona. "Puigdemont traidor", dizia um grande cartaz.

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A Candidatura de Unidade Popular (CUP), partido catalão de extrema-esquerda e apoiador crucial do governo de minoria de Puigdemont, comunicou que se oporá à eleição antecipada.

"Até agora os apoiadores pró-independência tinham um problema: o Estado espanhol. Se eleições forem convocadas, terão dois", disse o partido no Twitter.

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