Após o escândalo que abalou a imagem da Volkswagen no mundo, o CEO da montadora, Martin Winterkorn, anunciou sua demissão do cargo nesta quarta-feira (23). A medida foi divulgada após uma reunião em que o CEO prestou esclarecimentos ao conselho de supervisão da marca.
"Precisamos de um novo começo. No quadro desse novo início, o CEO Martin Winterkorn propôs sua demissão e a presidência aceitou", afirmou em nota o conselho.
O anúncio ocorre três dias após a empresa ter assumido que fraudou resultados na emissão de testes antipoluição nos Estados Unidos, fato que teria afetado cerca de 11 milhões de veículos.
De acordo com o jornal britânico "The Guardian", essa adulteração pode provocar a emissão de uma tonelada de gases poluentes ao ano. A descoberta fez com que o governo alemão abrisse uma investigação sobre a empresa, para apurar o que de fato aconteceu e punir os responsáveis pelo escândalo em uma das marcas-símbolo da Alemanha.
Ainda hoje, a porta-voz da União Europeia para o Mercado Interno, Lucia Caudet, encorajou "todos os Estados-membros a realizar as investigações necessárias e informar a Comissão Europeia" sobre as descobertas. A dúvida é que a fraude possa ter ocorrido também em carros produzidos no continente.
Segundo Caudet, o bloco econômico tem "tolerância zero" para casos desse tipo. Apesar desta quarta ter marcado uma retomada positiva nas ações da Volks, que fechou em alta de 7,92% na Bolsa de Frankfurt, a empresa acumulou perdas de 24 bilhões de euros nos últimos dois dias.