Chanceler diz que Itália terá enviado especial na Líbia

Luigi Di Maio visitou o país africano nesta terça-feira (17)

18 dez 2019 - 13h53

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, anunciou nesta terça-feira (17) que o país terá um enviado especial para a Líbia, nação do norte africano que enfrenta quase uma década de guerras de milícias.

Luigi Di Maio concede entrevista após retornar da Líbia
Luigi Di Maio concede entrevista após retornar da Líbia
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A medida foi divulgada após uma visita oficial à Líbia, durante a qual o chanceler se reuniu com os líderes dos dois lados em conflito: o primeiro-ministro de união nacional Fayez al-Sarraj e o marechal Khalifa Haftar.

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"Decidimos que a Itália instituirá um enviado especial para a Líbia que responderá diretamente ao Ministério das Relações Exteriores, com o objetivo de ter uma relação de alto nível contínua e intensa com todas as partes", disse. Di Maio também anunciou que pretende voltar à Líbia em breve, mas desta vez em uma missão guiada pela União Europeia. "A Itália perdeu terreno na Líbia, não podemos negá-lo, mas é o momento de recuperar o papel natural de principal interlocutor e amigo do povo líbio", acrescentou.

Ex-colônia italiana, o país africano é uma das prioridades da política externa de Roma, já que é o principal vetor da crise migratória no Mediterrâneo Central. Com a fragmentação da Líbia, traficantes de seres humanos encontraram caminho livre no litoral para despachar nos últimos anos centenas de milhares de migrantes forçados em barcos superlotados.

O país vive dividido desde a queda de Muammar Kadafi, em 2011, e hoje não existe enquanto Estado unitário. Atualmente, Sarraj chefia um governo de união nacional reconhecido internacionalmente e que controla a porção oeste da Líbia, incluindo a capital Trípoli. Já Haftar comanda um conjunto de milícias leal a um parlamento paralelo estabelecido em Tobruk, no leste, que domina a maior parte do território líbio.

No primeiro semestre, o marechal iniciou uma ofensiva para conquistar Trípoli, a qual diz estar tomada por "terroristas". Crítico do Islã político, Haftar é ex-aliado de Kadafi e se inspira no regime do presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, que deu um golpe militar em 2013 para derrubar a Irmandade Muçulmana e hoje lidera um regime autocrático.

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