O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, demitiu o principal funcionário civil da Marinha, Richard Spencer, no domingo, devido à maneira como ele tratou do caso de um membro da força de elite da Marinha norte-americana que foi condenado por má-conduta em batalha no Iraque e mais tarde conquistou o apoio do presidente Donald Trump.
Esper também determinou que o marinheiro em questão, o chefe de Operações Especiais Edward Gallagher, deveria ter direito de manter o broche Tridente que o identifica como um Seal, um especialista em operações em terra, ar e mar -- na prática encerrando os esforços da Marinha para submetê-lo a uma revisão interna que poderia tê-lo expulsado da força de elite.
Trump, que se opôs publicamente ao confisco do broche Tridente de Gallagher e interveio no caso para restaurar sua patente, comemorou.
"Eddie se aposentará pacificamente com todas as honras que conquistou, incluindo seu broche Tridente", tuitou.
Na semana passada, o secretário da Marinha Spencer insinuou uma possível discórdia com Trump dizendo à Reuters que Gallagher ainda deveria ser sujeito a uma revisão interna.
Em julho, um júri militar absolveu o Seal de assassinar um combatente capturado e ferido do Estado Islâmico no Iraque esfaqueando-o no pescoço, mas o condenou por posar ilegalmente com o cadáver do detido -- o que provocou um rebaixamento de patente.
Em novembro, a Casa Branca disse que Trump restaurou sua patente e perdoou dois membros do Exército acusados de crimes de guerra no Afeganistão. Críticos disseram que tais ações minarão a justiça militar e enviarão a mensagem de que atrocidades no campo de batalha serão toleradas.
Em uma carta na qual admite sua demissão, vista pela Reuters, Spencer cutucou Trump e defendeu a necessidade de preservar "boa ordem e disciplina nos escalões" - algo que autoridades da Marinha acreditavam que uma revisão interna ajudaria a assegurar.
"O Estado de Direito é o que nos diferencia de nossos adversários", escreveu Spencer. "Infelizmente, tornou-se aparente que a respeito disso não compartilho mais do mesmo entendimento do comandante-chefe que me indicou".