Chefe das Forças Armadas da França renuncia ao cargo

19 jul 2017 - 08h30
(atualizado às 09h53)
Comandante das Forças Armadas da França, Pierre de Villiers, no Palácio do Eliseu em Paris 13/07/2017 REUTERS/Stephane Mahe
Comandante das Forças Armadas da França, Pierre de Villiers, no Palácio do Eliseu em Paris 13/07/2017 REUTERS/Stephane Mahe
Foto: Reuters

O comandante das Forças Armadas da França renunciou nesta quarta-feira após uma disputa acalorada com o presidente francês, Emmanuel Macron, sobre cortes no orçamento da Defesa, trazendo à prova o líder recém-eleito.

Em um comunicado, Pierre de Villiers, de 60 anos, disse que tentou manter uma força de defesa francesa com a capacidade de fazer um trabalho cada vez mais difícil dentro das restrições financeiras impostas, mas afirmou já não ser capaz de conseguir.

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"Nas circunstâncias atuais, não me vejo mais capaz de garantir a força de defesa robusta que acredito ser necessária para garantir a proteção da França e dos franceses, hoje e amanhã, e sustentar os objetivos do nosso país", afirmou.

Macron aceitou a renúncia, acrescentou Villiers.

Uma disputa intensa começou na semana passada entre os dois homens, apenas dois meses depois da eleição de Macron, e no momento em que a França se preparava para a pompa militar de um desfile do dia da Bastilha em 14 de julho em que o presidente norte-americano, Donald Trump, foi o convidado de honra de Macron.

De Villiers, que compareceu a uma audiência fechada com parlamentares, usou uma linguagem forte para protestar contra o corte no orçamento da Defesa de 850 milhões de euros que Macron determinou como parte de seus esforços para controlar os gastos do Estado.

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"Não vou deixar me f... assim", disse, de acordo com duas fontes parlamentares. "Eu posso ser estúpido, mas sei quando estão me fritando".

Macron tinha tornado pública a sua repreensão. "Eu assumi compromissos, eu sou o seu chefe", disse ele em um discurso para dezenas de oficiais superiores do Exército e suas famílias.

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