Chefe de direitos humanos da ONU pede que países contestem Israel sobre ocupação

9 set 2024 - 08h44

O chefe de direitos humanos da ONU disse nesta segunda-feira que o fim da guerra de quase um ano em Gaza é prioridade e pediu aos países que ajam em relação ao que ele chamou de "flagrante desrespeito" de Israel ao direito internacional nos territórios palestinos ocupados.

Palestinos observam danos após operação de Israel em Jenin, na Cisjordânia
 6/9/2024    REUTERS/Raneen Sawafta
Palestinos observam danos após operação de Israel em Jenin, na Cisjordânia 6/9/2024 REUTERS/Raneen Sawafta
Foto: Reuters

Cerca de 41.000 palestinos foram mortos em Gaza, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza, desde que Israel desencadeou uma campanha militar em resposta aos ataques transfronteiriços realizados por militantes do Hamas em 7 de outubro de 2023, nos quais 1.200 pessoas morreram e outras 250 foram feitas reféns. O conflito também alimentou um aumento da violência na Cisjordânia ocupada por Israel.

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"Acabar com essa guerra e evitar um conflito regional de grandes proporções é uma prioridade absoluta e urgente", disse o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Turk, em um discurso no início da sessão de cinco semanas do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra.

"Os Estados não devem - não podem - aceitar o flagrante desrespeito ao direito internacional, incluindo as decisões vinculantes do Conselho de Segurança (da ONU) e as ordens da Corte Internacional de Justiça, nem nessa nem em qualquer outra situação."

Ele citou um parecer divulgado pelo tribunal superior da ONU em julho que considerou a ocupação de Israel ilegal e Turk disse que essa situação precisa ser "abordada de forma abrangente". Israel rejeitou o parecer e o chamou de unilateral.

Os comentários de Turk foram feitos em um amplo discurso que marcou a metade de seu mandato de quatro anos como chefe de direitos da ONU, no qual ele descreveu enormes desafios em todo o mundo e uma crise de liderança política. A sessão também debaterá as crises no Sudão, no Afeganistão e na Ucrânia.

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"Parece-me que estamos em uma bifurcação na estrada. Podemos continuar em nosso caminho atual - um 'novo normal' traiçoeiro - e caminhar sonâmbulos para um futuro distópico", disse ele em um discurso que recebeu aplausos dos diplomatas.

Ele denunciou o aumento do uso da pena de morte e "regressões alarmantes" na igualdade de gênero, em referência às novas leis de moralidade no Afeganistão.

Em países ocidentais, como Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos, os políticos correm o risco de estimular a violência ao fazer dos imigrantes e das minorias bodes expiatórios durante os períodos eleitorais, afirmou ele.

Turk, um ex-advogado austríaco, também usou o discurso para defender seu histórico, após críticas de alguns de que sua política de envolvimento com a China em relação a supostos abusos tem sido muito branda.

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"Acredito no engajamento, em trocas francas e em manter o diálogo aberto, ainda mais diante de uma discordância feroz", disse ele.

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