A alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, deveria documentar suas próprias descobertas sobre o sofrimento dos uigures em Xinjiang mesmo sem a aprovação da China a uma visita, disseram ativistas e diplomatas ocidentais, em meio a sinais de que sua paciência pode estar acabando.
Na segunda-feira, Bachelet disse que espera acertar os termos de uma visita à China solicitada há tempos para analisar alegações de detenção em massa, tortura e trabalho forçado.
A China nega todas as alegações de abuso de uigures e outros muçulmanos turcomenos, descrevendo os campos do extremo ocidente chinês como instalações de treinamento vocacional para combater o extremismo religioso.
O Canadá liderou um recorde de 45 países, incluindo os Estados Unidos, ao pedir à China na terça-feira que conceda a Bachelet acesso imediato a Xinjiang para uma avaliação em primeira mão.
A China rejeitou o comunicado, que viu como uma interferência induzida por "motivos políticos". O país disse que saúda uma visita de Bachelet, mas que esta deveria se concentrar na "promoção de intercâmbios e cooperação, ao invés de uma investigação baseada na chamada presunção de culpa".
Mas tarde, Bachelet insinuou ao Conselho de Direitos Humanos que tem outras opções, ao mesmo tempo em que busca negociações de uma visita com a China que se arrastam desde setembro de 2018.
"Neste meio-tempo, o escritório continua a aprofundar sua análise e avaliação dos supostos padrões de violações de direitos humanos em Xinjiang", disse ela na terça-feira.