Uma das maiores autoridades de saúde dos Estados Unidos disse a um comitê do Senado nesta quarta-feira que acredita que as vacinações contra a Covid-19 acontecerão ao longo de vários meses e que a maioria dos norte-americanos poderia estar vacinada o mais tardar até julho de 2021.
Robert Redfield, chefe do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), disse crer que haverá cerca de 700 milhões de doses de vacinas até o final de março ou abril, o suficiente para 350 milhões de pessoas.
"Acho que vamos precisar de abril, maio, junho, vocês entendem, possivelmente julho para que o público americano inteiro seja completamente vacinado", disse Redfield ao Comitê de Saúde, Educação, Trabalho e Pensões do Senado.
Além de Redfield, Stephen Hahn, chefe da Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA), Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, e Brett Giroir, autoridade dos Serviços Humanos e de Saúde, participaram de audiência a respeito da pandemia de Covid-19, que já matou mais de 200 mil pessoas nos EUA.
Ainda não existe vacina contra a Covid-19, mas há várias em testes de estágio avançado no país, como as da Pfizer Inc, da Moderna Inc e da Johnson & Johnson As empresas começaram a fabricar as vacinas contando com uma autorização regulatória rápida assim que se provar que funcionam.
Fauci disse acreditar que 50 milhões de doses estarão disponíveis em novembro, 100 milhões de doses até o final de dezembro e um total de 700 milhões de doses até abril.
Autoridades de saúde e o presidente Donald Trump expressaram opiniões diferentes a respeito de quando as vacinas estarão disponíveis para a maioria dos norte-americanos. O processo de decisão de como distribuir vacinas cabe em grande parte ao CDC.
Redfield disse que a Operação Warp Speed, grupo governamental que conta com autoridades dos departamentos da Saúde, dos Serviços Humanos e da Defesa, decidirá como alocar as vacinas.
A senadora Patty Murray, a democrata mais graduada do comitê, ressaltou alguns exemplos noticiados da pressão do governo Trump sobre as agências de saúde, o que inclui autorizações da FDA para a hidroxicloroquina e o plasma convalescente como tratamentos para Covid-19, e mudanças na diretriz do CDC para testes em indivíduos assintomáticos.
"Qualquer um destes exemplos de pressão política seria alarmante por si só. Mas juntos eles traçam um padrão claro de interferência que é simplesmente aterrorizante", disse.
O chefe da FDA garantiu que a agência examinará a segurança e eficácia das vacinas para a Covid-19, minimizando o papel do governo Trump em seu processo de autorização.
"A FDA não autorizará ou aprovará uma vacina que não nos sentiríamos confortáveis em dar às nossas famílias", disse o dr. Stephen Hahn.