Chefe do Hezbollah diz que grupo perdeu sua rota de abastecimento pela Síria

14 dez 2024 - 14h47

O líder do Hezbollah, Naim Qassem, disse neste sábado que o grupo armado libanês havia perdido sua rota de suprimento através da Síria, em seus primeiros comentários desde a derrubada do presidente Bashar al-Assad há quase uma semana por uma ampla ofensiva rebelde.

Sob Assad, o Hezbollah, que é apoiado pelo Irã, usou a Síria para trazer armas e outros equipamentos militares do Irã, através do Iraque e da Síria e para o Líbano. Mas em 6 de dezembro, combatentes anti-Assad tomaram a fronteira com o Iraque e cortaram essa rota, e dois dias depois, rebeldes islâmicos capturaram a capital Damasco.

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"Sim, o Hezbollah perdeu a rota de suprimento militar através da Síria neste momento, mas essa perda é um detalhe no trabalho da resistência", disse Qassem, em um discurso televisionado neste sábado, sem mencionar Assad pelo nome.

"Um novo regime pode surgir e esse caminho pode voltar ao normal, e podemos buscar outros caminhos", acrescentou.

O Hezbollah começou a intervir na Síria em 2013 para ajudar Assad a lutar contra rebeldes que buscavam derrubá-lo naquela época. Na semana passada, quando os rebeldes se aproximaram de Damasco, o grupo enviou oficiais para supervisionar a retirada de seus combatentes de lá.

Mais de 50 anos de governo da família Assad foram substituídos por um governo interino de transição estabelecido por Hayat Tahrir al-Sham, um ex-afiliado da Al Qaeda que liderou a ofensiva rebelde.

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Qassem disse que o Hezbollah "não pode julgar essas novas forças até que elas se estabilizem" e "tomem posições claras", mas disse esperar que os povos e governos libaneses e sírios possam continuar a cooperar.

"Também esperamos que este novo partido governante considere Israel um inimigo e não normalize as relações com ele. Estas são as manchetes que afetarão a natureza do relacionamento entre nós e a Síria", disse Qassem.

O Hezbollah e Israel trocaram tiros na fronteira sul do Líbano por quase um ano em hostilidades desencadeadas pela guerra de Gaza, antes de Israel partir para a ofensiva em setembro, matando a maior parte da alta liderança do Hezbollah.

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