A China apoiou nesta segunda-feira uma cúpula de líderes mundiais proposta pelo presidente russo, Vladimir Putin, para evitar um "confronto" a respeito de uma ameaça dos Estados Unidos de reativar todas as sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o Irã.
Na sexta-feira, os EUA fracassaram na tentativa de ampliar um embargo de armas da ONU sobre o Irã.
Rússia e China se opuseram à ampliação da proibição, que deve terminar em outubro, conforme o acordo nuclear firmado entre o Irã e potências mundiais em 2015. Onze membros se abstiveram, incluindo França, Alemanha e Reino Unido, e EUA e República Dominicana deram os únicos dois votos a favor.
Falando em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, disse que o fiasco da resolução norte-americana "mostrou novamente que o unilateralismo não tem apoio popular e que o comportamento hegemônico não terá sucesso".
Os EUA precisam acabar com suas sanções unilaterais e adotar uma atitude racional, voltando ao "caminho correto" do respeito ao acordo nuclear iraniano e às decisões do Conselho de Segurança da ONU, acrescentou Zhao.
"Quanto à proposta russa de uma cúpula por teleconferência sobre a questão nuclear do Irã, a China expressa sua acolhida e seu agradecimento", disse.
"Estamos dispostos a continuar a manter uma comunicação e uma coordenação próximas com todas as partes envolvidas para promovermos conjuntamente um entendimento político sobre a questão nuclear iraniana".
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que provavelmente não participará de nenhuma cúpula do tipo.
A China, que tem laços econômicos e diplomáticos estreitos com o Irã, se chocou diversas vezes com o governo Trump por causa da postura deste em relação a Teerã -- o que se tornou mais uma fonte de atrito nas relações entre Pequim e Washington.