China, Indonésia e Etiópia suspenderam os voos do avião 737 MAX 8, da Boeing, nesta segunda-feira, ao passo que investigadores encontraram a caixa-preta de um acidente que matou 157 pessoas no domingo, no segundo desastre envolvendo o mesmo modelo de aeronave em seis meses.
O desastre ocorreu poucos meses após um jato de mesmo modelo cair na Indonésia, matando 189 pessoas, e desencadear um susto global na segurança da aviação.
A aeronave da Ethiopian Airlines com destino a Nairóbi caiu minutos depois da decolagem em Adis Abeba no domingo, matando todos a bordo. As vítimas vieram de 33 nações e incluíram 22 funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU).
"O avião estava bem próximo ao chão e fez uma curva. Nós olhamos e vimos papeis caindo dele", contou Malka Galato, fazendeira dona da área em que a aeronave caiu, à Reuters.
"As vacas que estavam no pasto correram em pânico... Havia fumaça e faíscas saindo da parte traseira do avião."
A aeronave tentou alçar voo novamente, mas falhou. Depois, desviou rapidamente antes de bater, deixando um rastro de fumaça branca e objetos, incluindo roupas, disse o fazendeiro Tamirat Abera, que estava andando nas proximidades.
A descoberta da caixa-preta com o gravador de voz da cabine e os dados digitais de voo, informada pela TV estatal da Etiópia, devem revelar detalhes sobre a causa da queda.
O preço das ações da Boeing despencou com a possibilidade de que dois acidentes desse tipo em tão pouco tempo pudessem revelar falhas em seu novo avião. A empresa já aceitou encomendas de mais de cinco mil dos novos aviões de alta economia de combustível, que entraram em serviço há menos de dois anos e devem ser os pilares de trabalho das companhias aéreas em todo o mundo por décadas.
"Embora ainda não saibamos a causa do acidente, tivemos que decidir suspender a frota em particular como medida extra de segurança", disse a Ethiopian Airlines. A companhia tem outros quatro jatos 737 MAX 8, de acordo com o site de rastreamento de voos FlightRadar24.