A China está promovendo testes de coronavírus em uma cidade inteira por causa de um surto regional na província de Xinjiang.
Cerca de 4,7 milhões de pessoas em Kashgar estão sendo testadas, com 138 casos assintomáticos encontrados até agora.
A China tem tido grande sucesso em reduzir as taxas de infecção, mas continuam ocorrendo pequenos surtos.
A província de Xinjiang, no oeste da China, é o lar da minoria étnica de origem muçulmana uigur, que grupos de direitos humanos dizem estar sendo perseguida pelo governo em Pequim.
Escolas em Kashgar foram fechadas e os residentes não estão autorizados a deixar a cidade a menos que tenham feito o teste e obtido resultado negativo.
O primeiro caso do surto de Kashgar foi de uma mulher assintomática que trabalhava em uma fábrica de roupas no condado de Shufu, nos arredores da cidade.
A mulher, que descobriu estar infectada após o que a mídia estatal chinesa descreveu como "teste de rotina", foi o primeiro caso local detectado na China continental em 10 dias.
Testes em massa, que começaram a ser feitos no sábado, identificaram outros 137 casos assintomáticos.
Os casos assintomáticos não são contabilizados na contagem oficial da China de 85.810 infecções confirmadas. O número de mortos no país é de 4.634.
Mais de 2,8 milhões de testes foram aplicados em Kashgar na tarde de domingo (25/10) e o restante será concluído em dois dias, de acordo com autoridades da cidade.
Além de uigures, a província Xinjiang também é lar de outros muçulmanos turcomenos.
A província de Xinjiang tem uma rede de campos de detenção que a China diz serem centros de "reeducação" necessários para enfrentar o extremismo. No entanto, grupos de direitos humanos os veem como parte de uma campanha para suprimir a cultura, o idioma e a identidade da minoria muçulmana.
Os EUA bloquearam recentemente algumas exportações de Xinjiang devido a supostos abusos de direitos humanos e trabalho forçado.
Embora a vida normal tenha sido retomada em grande parte da China, continuam ocorrendo pequenos surtos de coronavírus que as autoridades decidiram tratar com testes em massa imediatos.
No início de outubro, por exemplo, a cidade de Qingdao testou toda a sua população, de nove milhões de pessoas.
A testagem em massa ocorreu após a descoberta de uma dúzia de casos ligados a um hospital que trata de pacientes com coronavírus vindos do exterior.
Mas a medida já não era inédita. Em maio, a China havia testado a população de 11 milhões de habitantes de Wuhan, a cidade onde o novo coronavírus foi identificado pela primeira vez.
O país conseguiu controlar o vírus, diferentemente de outras partes do mundo, onde ainda há um grande número de casos e restrições de circulação de graus variados.