Chuvas fortes provocam enchentes e mortes no sul da África

19 jan 2015 - 18h56

NAIRÓBI (Thomson Reuters Foundation) - Agências de ajuda humanitária correm nesta segunda-feira para alcançar dezenas de milhares de pessoas deslocadas pelas enchentes catastróficas no sul da África, enquanto mais chuvas fortes estão previstas para os próximos dias.

Mais de 200 pessoas morreram em Malauí, Moçambique e Madagascar em um dos piores desastres dos últimos anos na região. Os rios transbordaram, inundaram vastas áreas e destruíram casas, pontes e plantações.

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"Depois de inspecionar pelo ar os distritos inundados, sabemos que a escala da enchente é imensa, e com as chuvas ainda caindo, é improvável o recuo rápido da água", disse o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Malauí, Mahimbo Mdoe, em comunicado.

"Água parada e um pobre saneamento podem ser mortais para crianças pequenas, então estamos numa corrida contra o tempo para alcançar as comunidades desabrigadas com água limpa, saneamento e suprimentos médicos", acrescentou.

Mais pancadas de chuva estão previstas para Malauí e Moçambique, disse o Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês).

"Chuvas torrenciais também estão previstas para o sul da Tanzânia, assim como para o norte da Zâmbia. Essas chuvas podem piorar a situação das enchentes na região", disse a Ocha.

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O Malauí, um dos países mais pobres do mundo e com população de 16 milhões de habitantes, tem sido um dos mais gravemente atingidos, com 176 mortes confirmadas e 121 mil pessoas deslocadas. O presidente declarou metade do país área de desastre.

No vizinho Moçambique, o governo relatou 49 mortes confirmadas e 33 não confirmadas em regiões de "alerta vermelho", no centro e norte, disse à Thomson Reuters Foundation o porta-voz para a equipe humanitária da ONU no Moçambique, Pasquale Capizzi.

"As pessoas se afogaram tentando... chegar a áreas seguras", ele disse.

Os Exércitos e as Marinhas de Moçambique e África do Sul estavam conduzindo operações de busca e resgate, mas as chuvas fortes, ondas violentas, rios transbordados e estradas bloqueadas prejudicavam os esforços, disse a Ocha.

A ajuda estava sendo entregue via aérea, disse Capizzi. Em Zambezia, província central de Moçambique que faz fronteira com Malauí, 28 mil pessoas estão deslocadas.

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Mais de 740 mil pessoas em Malauí, Moçambique, Madagascar e Zimbábue devem sofrer perdas em suas plantações em decorrência da tragédia, disse a Ocha.

(Reportagem de Katy Migiro)

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