Cidadania é para quem quer ser italiano, diz vice-premiê

Tajani voltou a defender mudanças no chamado 'jus sanguinis'

30 set 2024 - 12h04
(atualizado às 12h49)

O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, voltou a indicar nesta segunda-feira (30) que vai apresentar um projeto para alterar as regras de cidadania por direito de sangue ("jus sanguinis").

    A declaração chega em meio ao acalorado debate no país para facilitar o reconhecimento da cidadania para filhos de imigrantes por meio do chamado "jus scholae" ("direito escolar").

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    "Queremos que a cidadania 'jus sanguinis' seja concedida a quem verdadeiramente quer ser italiano", afirmou Tajani à emissora RAI News.

    Recentemente, o vice-premiê já havia defendido a criação de "alguns parâmetros" para a concessão de cidadania por direito de sangue, mas sem entrar em detalhes.

    Atualmente, é considerado cidadão quem tem antepassados italianos, sejam pais, avós, bisavós, etc., em processos que são feitos por meio de consulados mundo afora ou nos departamentos de registro civil de municípios na Itália, dependendo do local de residência do candidato.

    Tajani também é defensor do "jus scholae", princípio que permitiria a filhos de estrangeiros nascidos no país obter a cidadania ao completar 10 anos de estudos no sistema escolar nacional.

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    A ideia, no entanto, enfrenta resistência dentro do próprio governo de Giorgia Meloni, especialmente nos partidos nacionalistas Irmãos da Itália (FdI) e Liga. Já o Força Itália (FI), liderado por Tajani, pretende apresentar em breve um amplo projeto de lei sobre cidadania.

    "Apresentaremos uma proposta séria, não tem nada a ver com imigração irregular", garantiu o vice-premiê.

    Paralelamente, o partido de centro Mais Europa conseguiu reunir 500 mil assinaturas para pedir um plebiscito para reduzir de 10 para cinco anos o tempo de residência necessário para um imigrante maior de idade pedir a cidadania italiana.

    Segundo o Mais Europa, a medida atingiria um público de 2,5 milhões de indivíduos, incluindo imigrantes que moram na Itália há pelo menos cinco anos e seus filhos menores de idade. O candidato precisaria comprovar conhecimentos intermediários de italiano e autossuficiência econômica. .

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