As cinzas de Fidel Castro partiram nesta quarta-feira da emblemática Praça da Revolução de Havana para a viagem de três dias em caravana por toda a ilha, um cortejo fúnebre que terminará em Santiago de Cuba, no próximo domingo (4).
Envolvida em uma bandeira de Cuba e feita de madeira de cedro, a urna com as cinzas, que repousava na sede do Ministério das Forças Armadas, saiu do edifício nas mãos de dois soldados que, com uma breve cerimônia militar, a colocaram no carro decorado com flores brancas no qual viajarão até Santiago.
Foi um ato solene no qual estava presente o presidente Raúl Castro, membros da alta direção do governo e do Partido Comunista, e onde também se pôde ver a esposa do falecido líder cubano, Dalia Soto e alguns de seus filhos, Alex e Tony.
O ministro das Forças Armadas, o general Leopoldo Cintra Frias, e o primeiro vice-ministro, o também general Ramón Espinosa, estavam a bordo do primeiro veículo do cortejo fúnebre, à frente do veículo que leva as cinzas de Fidel.
Para dar seu último adeus aos restos mortais do líder revolucionário, uma multidão estava de prontidão nessa praça, onde ontem à noite foi realizado um ato grande de despedida e muitas das pessoas passaram a noite em vigília.
A multidão ordenada e silenciosa abarrotou os arredores da praça, em um cordão controlado por militares, por todo o percurso por onde passou o cortejo fúnebre com os restos incinerados de Fidel.
O silêncio foi sepulcral durante todo o percurso, mas se rompeu quando a caravana girou rumo ao emblemático Malecón de Havana, onde se escutaram gritos de "Viva Fidel" e "Eu sou Fidel", enquanto tremulavam bandeiras cubanas.
Após sair de Havana, o cortejo parará em várias cidades até chegar a Santa Clara, onde passará a noite, precisamente na cidade que abriga o mausoléu de Ernesto Che Guevara.
Esse monumento foi construído por ordem do próprio Fidel Castro em 1997, quando foram encontrados na Bolívia os restos de seu amigo argentino, assassinado 30 anos antes.
As cinzas viajarão por toda a ilha durante quatro dias no trajeto inverso da "Caravana da Liberdade", o percurso que os guerrilheiros de Sierra Maestra, liderados por Fidel, realizaram entre os dia 1º e o 8 de janeiro de 1959 com o triunfo da Revolução.
Fidel Castro morreu na sexta-feira passada, 25 de novembro, aos 90 anos em Havana.