Com Meloni no Rio, Itália está 'na vanguarda' contra fome

Premiê disse 'não' aos alimentos sintéticos e se reuniu com Modi

18 nov 2024 - 17h30
(atualizado às 17h47)

A Itália está "na vanguarda" na luta contra a fome e a pobreza, que devem ser combatidas pensando "fora da caixa" e sem impor modelos "pré-estabelecidos". Giorgia Meloni colocou Roma de forma "convencida" ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva e da sua Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

    Um desafio "entre os mais ambiciosos" que certamente deve ser combatido, reiterou a primeira-ministra, sem recorrer aos alimentos sintéticos que apenas aumentariam o fosso entre os países ricos e os pobres, entre o Norte e o Sul do mundo que, pelo contrário, têm destinos "interligados" e devem manter o fio do "diálogo".

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    Para Meloni, o G20 no Rio é a continuação ideal do G7 na Puglia, sobretudo na tentativa de se abrir a esse Sul global com o qual é necessário evitar - segundo o raciocínio da delegação italiana - cisões, especialmente em um momento tão delicado para os equilíbrios geopolíticos.

    Perante os líderes, a premiê reivindicou a "cooperação" entre os dois formatos internacionais como uma ferramenta "decisiva" para enfrentar problemas comuns, a começar pela fome e pela pobreza que se agravam quando "os cenários de crise se multiplicam", como aconteceu com a agressão russa em Kiev, quando o trigo se tornou um "instrumento de guerra", e como acontece no Oriente Médio, onde a Itália lançou a iniciativa Food for Gaza, precisamente para apoiar a população palestina com "47 toneladas de bens de primeira necessidade".

    O primeiro dia da cúpula foi também uma oportunidade para Meloni realizar algumas reuniões bilaterais oficiais, bem como uma série de contatos informais ("ela está conversando com todo mundo", disse sua delegação) enquanto as negociações sobre a declaração final ainda não foram concluídas.

    Com um olho nos resultados das eleições regionais na Itália e outro na evolução das negociações para a nova Comissão Europeia, - onde não só Raffaele Fitto, mas também a espanhola Teresa Ribera estão em jogo - Meloni está concentrada em particular na África e no Plano Mattei, que o deseja para ser um "pilar" da sua política externa.

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    Meloni pediu a Justin Trudeau que não esqueça o continente africano entre as prioridades do G7 na próxima presidência canadense, em uma passagem de bastão ideal. Ela também discutiu os recentes desenvolvimentos com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Khaled bin Mohamed bin Zayed Al Nahyan, com quem está organizando um fórum de negócios entre empresas italianas e dos Emirados Árabes Unidos ativas em países africanos.

    E se com o premiê canadense Meloni fez questão de abordar o Plano de Ação para uma cooperação reforçada, assinado em Borgo Egnazia e já ativo na frente da Inteligência Artificial, do espaço e dos materiais críticos, a chefe de governo assinou outro, com o seu homólogo indiano, Narendra Modi.

    O acordo já existia, mas faltavam finalizar os últimos detalhes para um plano de ação que visa reforçar a colaboração "360 graus" em diversas áreas, entre elas econômica, científica, IA, cultura e turismo. .

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