O número de novos casos de coronavírus confirmados no Peru nesta terça-feira avançou para acima de 50 mil, destacando as dificuldades enfrentadas pelo país na luta para tentar conter a propagação do vírus, com a taxa de infecção ainda a atingir o pico.
O Peru foi um dos primeiros países latino-americanos a implementar medidas de isolamento quando o coronavírus o atingiu, mas os casos dobraram nos últimos dez dias. O Peru está atrás apenas do Brasil em número de contágios na reunião.
Surtos significativos têm sido descobertos nos mercados de alimentos, nas minas, nas prisões, entre comunidades desabrigadas e forças policiais, revelando a aplicação irregular das medidas de isolamento social ordenadas pelo governo.
A falta de equipamentos de proteção tem provocado protestos nos hospitais, enquanto a pobreza tem complicado os esforços para convencimento às pessoas a ficarem em casa.
O presidente do Peru, Martín Vizcarra, anunciou nesta terça-feira que o número total de pessoas infectadas era de 51.189, 3.817 a mais que o dia anterior, enquanto mais 100 mortes levaram a contagem de óbitos para 1.444.
O Peru registrou seu primeiro caso de coronavírus em 6 de março e, em 25 dias, atingiu 1.000 infecções. O país levou apenas mais 14 dias para chegar a 10.000, de acordo com uma contagem da Reuters.
A primeira morte pela Covid-19 ocorreu em 19 de março, e, um mês depois, o número subiu para 348, quadruplicando novamente duas semanas depois.
Ciro Maguiña, especialista em doenças infecciosas e vice-reitor da Faculdade de Medicina do Peru, disse que o "pior estágio" do surto ainda está por vir.