'Comida para poucos dias', sem água e energia: o relato de um brasileiro na Faixa de Gaza

Hasan Said Rabee mora em São Paulo e estava visitando a família em Gaza acompanhado da esposa e de duas filhas

11 out 2023 - 16h04
(atualizado às 18h26)
Hasan Said Rabee mora em São Paulo e estava visitando a família em Gaza
Hasan Said Rabee mora em São Paulo e estava visitando a família em Gaza
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

O brasileiro-palestino Hasan Said Rabee, que tem dupla cidadania, diz estar "cercado" com a família na Faixa de Gaza. Em conversa com a coluna Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, nesta quarta-feira, 11, Hasan disse que ele e a família estão sem água, energia elétrica e têm comida para poucos dias.

"Infelizmente, os bombardeios não param um segundo. Muito triste, muito triste", disse. Hasan precisou mudar de casa por causa dos bombardeios. Segundo ele, não há nenhum aviso de Israel antes dos ataques para que civis saiam dos edifícios. "Isso é mentira, não existe aviso", afirmou.

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Hasan nasceu na Palestina, mas mora em São Paulo e afirma ter cidadania brasileira. Ele conta que está na Faixa de Gaza há dez dias, com a mulher e suas duas filhas, porque foram visitar familiares. A sensação, segundo ele, é de que estão "na maior prisão do mundo".

"No mar tem Israel, na fronteira terrestre tem Israel, em todo lado você encontra Israel. Nós estamos na maior prisão do mundo e morrendo. Estamos apenas correndo de um lado para o outro dentro deste presídio", considerou.

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De acordo com estimativas feitas pelo governo brasileiro, há cerca de 25 brasileiros na região da Faixa de Gaza que querem ser repatriados. A operação na região traz mais risco do que os voos de repatriação que estão deixando Israel.

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A embaixada busca levar os brasileiros em um ônibus até o território egípcio, saindo pela cidade palestina de Rafah.

"Conto com o apoio egípcio para isso e creio que será a saída para evacuar os brasileiros que se encontram nessa região conflagrada e correndo riscos. Dessa forma, estarão sãos e salvos no território egípcio e estamos trabalhando para conseguir informar o governo egípcio da documentação, dia e horário que o ônibus passaria", disse o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Fonte: Redação Terra
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