A Comissão de Justiça da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, agora controlada pelo Partido Democrata, abriu nesta segunda-feira (4) uma investigação para apurar suspeitas de obstrução, corrupção e abuso de poder envolvendo o presidente Donald Trump.
O chefe do comitê, Jerrold Nadler, disse que solicitou documentos para 81 pessoas ligadas ao mandatário republicano. "Nos últimos anos, o presidente Trump evitou prestar contas por seus ataques quase diários às nossas regras e normas legais, éticas e constitucionais", afirmou o democrata.
O partido assumiu a maioria da Câmara em janeiro deste ano, após o crescimento nas eleições de meio de mandato de novembro de 2018, e agora tem a prerrogativa de abrir investigações contra o presidente e até mesmo de instaurar um processo de impeachment - para afastar Trump, no entanto, seria necessário o aval do Senado, dominado pelos republicanos.
"Investigar essas ameaças ao Estado de Direito é uma obrigação do Congresso e uma função essencial do Comitê de Justiça da Câmara", reforçou Nadler. Trump, por sua vez, disse que colaborará com o comitê, mas afirmou que o inquérito é uma "mentira".
Além disso, outras três comissões da Câmara (Inteligência, Relações Exteriores e Supervisão e Reforma) pediram à Casa Branca detalhes sobre as conversas privadas entre o presidente dos EUA e seu homólogo russo, Vladimir Putin, e entrevistas com os intérpretes dessas reuniões.
A lista de 81 pessoas elaborada pela Comissão de Justiça inclui dois filhos do magnata (Donald Trump Jr. e Eric Trump) e alguns de seus ex e atuais assessores mais próximos, como Steve Bannon, guru da extrema direita americana, e o advogado Michael Cohen, que romperam com o presidente.