Comissário da ONU cita "deterioração" de direitos humanos na Cisjordânia

18 jun 2024 - 10h45

Os palestinos na Cisjordânia ocupada por Israel e em Jerusalém Oriental estão sofrendo uma deterioração drástica no ambiente de direitos humanos, juntamente com "morte e sofrimento injustificados" na Faixa de Gaza, disse o chefe de direitos humanos da ONU na terça-feira.

"A situação na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, está se deteriorando dramaticamente", disse Volker Turk, Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, na sessão de abertura do Conselho de Direitos Humanos da organização.

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A Cisjordânia, onde a Autoridade Palestina, reconhecida internacionalmente, exerce um autogoverno limitado sob a ocupação israelense, tem assistido à pior agitação das últimas décadas, paralelamente à guerra na Faixa de Gaza, que é controlada pelo Hamas.

Turk disse que desde o início da guerra em Gaza, em outubro, até meados de junho, 528 palestinos -- 133 deles crianças -- foram mortos pelas forças de segurança israelenses ou por colonos na Cisjordânia, em alguns casos levantando "sérias preocupações de assassinatos ilegais".

Vinte e três israelenses foram mortos na Cisjordânia e em Israel em confrontos ou ataques de palestinos, disse ele.

Em Gaza, Turk disse estar "consternado com o desrespeito pelos direitos humanos internacionais e pelo direito humanitário" por parte dos envolvidos na guerra.

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"Os ataques implacáveis de Israel em Gaza estão causando imenso sofrimento e destruição generalizada, e a negação arbitrária e a obstrução da ajuda humanitária continuaram", disse Turk.

"Israel continua a deter arbitrariamente milhares de palestinos. Isto não deve continuar."

Ele acrescentou que os grupos armados palestinos continuam a manter reféns, inclusive em áreas povoadas. Isso coloca em risco tanto os reféns quanto os civis.

A missão permanente de Israel junto à ONU em Genebra acusou Turk de "omitir completamente a crueldade e a barbárie do terrorismo" no seu discurso ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

"As hostilidades em Gaza são o resultado direto do terrorismo do Hamas, de décadas de disparos de foguetes e de incitamento contra o povo judeu e o Estado de Israel, culminando nos seus ataques brutais contra Israel em 7 de outubro", afirmou a missão diplomática em comunicado.

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A campanha terrestre e aérea de Israel foi desencadeada quando militantes liderados pelo Hamas invadiram o sul do país em 7 de outubro, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns, segundo registros israelenses.

A ofensiva de Israel matou mais de 37.400 pessoas em Gaza, segundo as autoridades de saúde, e deixou grande parte da população do enclave desabrigada.

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