O número de mortos na Faixa de Gaza já passou de 10 mil, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, em um anúncio feito na última segunda-feira, 6.
O número foi questionado pelo presidente norte-americano, Joe Biden, mas continua sendo usado como referência mundialmente. Isso porque não há outras organizações realizando a contagem.
A agência internacional AFP acompanhou, no fim de outubro, o procedimento adotado para fazer a contagem em um necrotério em Khan Yunis, no sul de Gaza. Um médico legista examinava cada corpo, tirava fotos e anotava o nome e o local onde a pessoa havia morrido.
Depois disso, o profissional separava os nomes em duas listas: os "mártires", que foram mortos no conflito com Israel, e os cidadãos comuns.
A AFP explicou ainda que o Ministério da Saúde recebe diariamente tais informações dos hospitais do governo a partir de uma base de dados digitalizada. No caso dos hospitais particulares, há o prazo de 24h para que as mortes sejam anexadas em um formulário especial.
Para provar a veracidade da contagem, o Ministério da Saúde do Hamas publicou uma longa lista com os nomes e dados de 7.000 palestinos mortos até o dia 26 de outubro.
Segundo o Hamas, a intenção era "revelar ao mundo inteiro os detalhes e os nomes para que conheçam a verdade”. Além do nome e sexo, havia o número de identidade dos mortos.
O diretor da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos, Philippe Lazzarini, também mostrou crer na contagem feita. Ele afirmou que os números de mortos divulgados pelo Ministério da Saúde nunca foram questionados em conflitos anteriores.
Tais informações também são usadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em relatórios sobre os Territórios Palestinos.