O governo francês suspendeu sua consulesa honorária na cidade portuária de Bodrum, na Turquia, depois de uma investigação de uma rede de TV ter revelado na sexta-feira que uma loja de propriedade da representante diplomática vendia botes infláveis para refugiados tentando fazer a travessia para a Grécia.
Uma equipe da mostrou Françoise Olcay em transações envolvendo botes e coletes salva-vidas para pessoas dispostas a cruzar o Mar Egeu para chegar às Ilhas Gregas e buscar refúgio na Europa. Segundo a ONU, de janeiro a julho mais de 120 mil pessoas chegaram à costa grega.
Ao tentar se explicar, Olcay disse que os refugiados teriam simplesmente ido comprar em outra loja caso ela não disponibilizasse os produtos. A consulesa honorária também disse que autoridades turcas sabiam da venda dos produtos.
Bodrum é um ponto de partida bastante utilizado por pessoas tentando a travessia clandestina entre a Turquia e a Grécia, mas o número de partidas diminuiu um pouco por causa do patrulhamento das forças de segurança, cuja frequência aumentou depois da morte por afogamento, há duas semanas, do menino sírio Alan Kurdi, de três anos.
As imagens do corpo do menino em uma praia causaram consternação internacional.
Apesar de Olcay não ser parte formal do serviço diplomático francês, ela causou imenso embaraço para o Ministério das Relações Exteriores do país. Até porque sua loja em Bodrum tinha uma bandeira francesa e uma placa na porta identificando-a como a consulesa honorária.